Nova embaixadora dos EUA no Brasil acusa Bolsonaro de golpismo

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Indicada à embaixada dos Estados Unidos no Brasil pelo presidente Joe Biden, Elizabeth Bagley tratou das eleições de outubro durante sabatina no senado americano nesta quarta-feira. A diplomata disse que as instituições brasileiras estão preparadas para superar as dificuldades que podem ocorrer durante o processo eleitoral deste ano.

– Bolsonaro tem dito muitas coisas, mas o Brasil tem sido uma democracia, tem instituições democráticas, Judiciário e Legislativo independentes, liberdade de expressão. Eles têm todas as instituições democráticas para realizar eleições livres e justas – disse Bagley ao ser questionada sobre o tema.

A diplomata que monitorou eleições por 30 anos relembrou ainda as últimas falas do presidente Jair Bolsonaro (PL) que colocaram em xeque o processo eleitoral.

– Ao longo de 30 anos, monitorei muitas eleições. E eu sei que não será um momento fácil, muito em razão dos comentários (de Bolsonaro). Mas apesar desses comentários, há uma base institucional. O que continuaremos a fazer é mostrar nossa confiança e nossa expectativa de que eles terão eleições livres e justas – pontuou.

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Ex-assessora de John Kerry, atual conselheiro de Biden para questões ambientais, Bagley destacou que o combate ao desmatamento e as crises ambientes do país serão suas principais bandeiras.

– Uma das minhas maiores prioridades será encorajar esforços para aumentar a ambição climática e reduzir dramaticamente o desmatamento, proteger os defensores (da floresta) e processar crimes ambientais e atos de violência correlatos – afirmou.

Diante das últimas falas do presidente, o governo americano avalia que as eleições de outubro serão conturbadas. Neste contexto, a principal missão da indicada deve ser acompanhar o processo eleitoral.

Elizabeth Bagley tem 69 anos e já foi embaixadora de Portugal e representante especial para a Assembleia-Geral da ONU. Durante a gestão Obama e no governo Clinton, ela foi assessora de três secretários de Estado: John Kerry, Hillary Clinton e Madeleine Albright. Ela foi nomeada em janeiro, quatro meses antes da sabatina. Para iniciar o cargo, Bagleiy ainda precisa do aval da Comissão de Relações Exteriores e da aprovação do Senado em votação no plenário. Até o momento, Douglas Koneff representa o país no Brasil.

O Globo