Nova estratégia de Bolsonaro é demonizar a Petrobras

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Alan Santos/PR

“A Petrobras no momento não tem qualquer responsabilidade e quer mais é arrancar dinheiro do povo. Quanto mais caro está o combustível, mais eles ganham, mais eles pagam para os acionistas, mais eles mandam para fora do Brasil”.

A frase acima, dita por Jair Bolsonaro nesta segunda-feira, 30, em entrevista à RedeTv, é a nova jogada eleitoral do presidente da República – agora, usando a Petrobras.

Descrito como ataque à estatal do petróleo, o movimento político é, na realidade, orquestrado e focado no seu maior problema para se reeleger: a crise econômica, a inflação em crescimento e a forte alta nos preços dos combustíveis.

Nada é por acaso neste governo.

Aliás, nada é por acaso também nas declarações dadas pelo presidente em um momento em que as pesquisas mostram que a forte rejeição – por conta da piora no quadro econômico – impede seus planos de reeleição.

A alta dos combustíveis eleva o preço de quase tudo no Brasil – isso, por conta da malha de transportes de Norte a Sul no Brasil, que leva e trás os alimentos para supermercados. Ou seja, a situação hoje, com a gasolina e diesel como estão nas bombas dos postos de combustíveis, pressiona a inflação, que hoje atinge infernais 12,1%.

Bolsonaro sempre criou inimigos como estratégia política para tirar a credibilidade daqueles que o confrontam, sejam parlamentares, ministros do Supremo, jornalistas ou políticos. Culpar algo ou alguém é também a forma de ele se descolar das más notícias.

Com Alexandre de Moraes, por exemplo, a quem ataca semana sim e outra também, busca simplesmente destituir de autoridade aquele que vai dar, como presidente do TSE, o veredito das eleições, que hoje lhe é desfavorável.

Agora, o novo inimigo do Brasil é a Petrobras.

Invenção de Bolsonaro. Ao dizer que a estatal do petróleo “arranca dinheiro do povo”, o presidente quer se eximir da responsabilidade de que seu governo fracassou economicamente.

E martelar no ouvido do eleitor que a alta dos preços não tem nada a ver com o fracasso de sua gestão.

Veja