Presidente da Câmara diz que confia nas urnas eletrônicas

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Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta terça-feira (10) que as urnas eletrônicas são confiáveis e que as instituições brasileiras funcionarão em outubro na eleição. “Sem o eufemismo de dizer que aquela urna presta, que aquela urna não presta.

Eu fui eleito nesse sistema durante seis eleições e não posso dizer que esse sistema não funciona. O sistema é confiável”, afirmou, em evento do banco BTG Pactual em Nova Iorque.

Lira não citou o presidente Jair Bolsonaro (PL), seu aliado, mas que tem colocado sob suspeição o resultado das eleições e afirma que haverá fraudes, sem nunca apresentar nenhuma prova. Também não comentou sobre a atuação dos militares no questionamento à segurança das urnas eletrônicas. Mas fez uma de suas falas mais duras sobre o assunto.

O parlamentar afirmou que as urnas precisam de ajustes, sem especificar quais, mas se colocou na defesa da escolha do povo pelo voto. “É importante que tenhamos tranquilidade política no pleito [de outubro] e nós deveremos de ter”, disse. “As instituições brasileiras são fortíssimas, funcionam plenamente”, reforçou.

Antes, Lira atribuiu o clima à polarização mundial, que, na opinião dele, não está restrita apenas ao Brasil, como provaram as eleições dos Estados Unidos e França. “A diferença do Brasil, governador Doria [João Doria, ex-governador de São Paulo, que estava na plateia] é que entre um extremo e o outro tem o centro. E o centro regulador da política nacional é o que mantém o equilíbrio do Brasil, me desculpe, não virar uma Argentina de ocasião”, afirmou.

Para Lira, o “centro” político – como ele chama os partidos que costumam apoiar todos os governos no Congresso – “tem feito essa moderação nacional e tem tido responsabilidade muito forte no equilíbrio dos extremos em Brasília”.

“Sempre priorizamos e lutamos para que os Poderes se autocontenham, para que fiquem restritos a suas esferas constitucionais, para que o Brasil funcione plenamente como democracia estável, como democracia forte, como instituições fortes, e que tenham encaminhamento de qualquer que seja o resultado do pleito deste ano, de 2022, o Brasil saiba exercer o seu papel de protagonismo mundial”, afirmou.

Lira afirmou ainda que o Congresso eleito em outubro será, na sua avaliação, de “centro-direita” e que esse grupo fará com que as reformas continuem na pauta do dia. “Seja qual for o presidente, governador Doria, o Congresso será reformista, será liberal, será de centro-direita, que dará um rumo para que o Brasil continue no rumo das transformações necessárias”, discursou.

Lira disse que o “efeito futuro” desse cenário é que as “reformas continuarão na pauta do dia”. “Temos que entregar a reforma administrativa, que está pronta na comissão, mas que precisa do apoio do empresariado do governo, que precisa de um apoio mais explícito do governo”, disse. Para ele, essa reforma não andou por ser “o último bastião” de movimentos sindicais que perderam “sua base de lutas” com o fim do imposto sindical.

“Penso que o Brasil continuará um país de centro-direita. O Congresso que for eleito em outubro, não tenho dúvidas, será um Congresso de centro-direita. Os partidos que se reforçaram foram de centro-direita. Formamos em torno de 300 parlamentares”, disse, ao participar de evento.

Ele destacou ainda que esse grupo de partidos de direita “não abre mão do teto de gastos”, regra que impede o crescimento das despesas correntes do governo federal acima da inflação. Apesar da fala, foi esse grupo de partidos que modificou o teto de gastos ano passado para, no ano eleitoral, poder elevar as despesas com o Auxílio Brasil e emendas parlamentares.

O parlamentar também defendeu que o Brasil tem a melhor legislação ambiental do mundo, com apenas 7% do território utilizado para agropecuária, mas que enfrenta dificuldades para combater o desmatamento ilegal pela falta de recursos – que ele atribuiu à grande indexação do orçamento e gastos obrigatório.

Com o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) na plateia do evento, Lira elogiou a participação dele – que é pré-candidato à Presidência da República – no processo de vacinação contra a covid-19. “O governador Doria teve participação importantíssima nesse processo no Estado de São Paulo, mas o governo federal, através também da participação do Congresso Nacional, ofertou vacina para todos os brasileiros”, afirmou.

Valor Econômico