Rede social é acusada de fazer corpo mole com fake news

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A Meta, que reúne as empresas Facebook, Instagram e WhatsApp, apresentou nesta quinta-feira (12) à imprensa um resumo das medidas que vêm sendo tomadas pelo grupo contra as fake news nas eleições deste ano no país.

Parte delas integra os acordos das plataformas com a Justiça Eleitoral, no âmbito do programa de combate à desinformação.

Uma das medidas inclui um centro de operações para monitoramento no período próximo ao primeiro e ao segundo turno eleitoral, que acontecerão em outubro.

Ela já foi implementada nas duas últimas eleições brasileiras, em 2018 e 2020. A empresa não informou qual o período que a força-tarefa funcionará, tampouco quantas pessoas estarão envolvidas.

Questionada sobre quantos funcionários estão envolvidos com o tema no país, incluindo moderação de conteúdo, a empresa também não informou.

Logo do grupo Meta, que inclui Facebook, Intagram e Whatsapp – Dado Ruvic/Reuters
Entre os focos do centro de operação estarão a identificação de redes de comportamento inautêntico coordenado para, segundo a empresa, interromper movimentos que busquem interferir no pleito. A identificação de tais redes não decorre do conteúdo que está sendo disseminado, mas do comportamento, ao envolver por exemplo, uma rede de contas falsas.

Essa é uma regra fixa da empresa. Segundo a Meta, desde 2017, no mundo, foram removidas mais de 150 redes.

Além das redes inautênticas, as regras do Facebook e Instagram preveem itens que podem ser removidos, entre eles estão informações incorretas sobre as eleições, como datas e horários, bem como postagens com apelo à violência eleitoral.

Não há regras claras, contudo, envolvendo postagens que aleguem fraudes sem comprovação ou que se recusem a aceitar o resultado eleitoral.

Dentro da parceria com o TSE, em 2022, uma novidade é que Facebook e o Instagram oferecerão um canal de denúncias exclusivo para a equipe do tribunal.

Nos casos de notícias falsas, ao invés de remoção, o alcance das postagens é reduzido em 80%, conforme checagem de agências parceiras. Um ponto geralmente criticado, entretanto, é que tal parceria não inclui postagens de políticos.

De acordo com a plataforma, nesses casos, há um rótulo, que vem sendo aplicado desde o final de 2021, em postagens sobre eleições em que o usuário é direcionado a informações oficiais no site da Justiça Eleitoral.

No caso do WhatsApp, que esteve no foco do debate sobre desinformação nas últimas eleições presidenciais, os chamados mecanismos de fricção, que vêm sendo implementados paulatinamente pela ferramenta desde 2018, estão entre os destaques.

O objetivo esperado das alterações é a diminuição do nível de viralização das mensagens. Em 2019, o limite de encaminhamento de uma mesma mensagem passou a ser de cinco conversas por vez.

Já em 2020 a empresa criou o conceito de “encaminhado várias vezes”, em que a mensagem recebe uma seta dupla e só pode ser encaminhada para até um contato ou grupo por vez. A partir desde ano, mensagens que já tenham sido encaminhadas, só podem ser repassadas a um grupo por vez.

Uma medida da plataforma que dá seguimento ao que ocorreu nas últimas eleições é o canal de denúncias de disparos em massa exclusivo para o TSE.

No contexto da parceria, em 2020, 1.042 contas reportadas pelo canal de denúncia foram banidas. Ao todo, o número de contas banidas foi muito maior —a empresa baniu mais de 360 mil no Brasil de setembro a novembro daquele ano.

Uma novidade este ano é a implementação de canal oficial do TSE para se comunicar com os eleitores brasileiros.

Outra medida que já vinha sendo desenvolvida anteriormente era os treinamentos para autoridades e equipes da Justiça Eleitoral sobre as plataformas.

Folha