Bolsonaro substitui o Mais Médicos pelo Menos Médicos
Chegou ao Ministério da Saúde no início de junho um ofício assinado por coordenadores estaduais do “Mais Médicos” com um pedido para que a pasta repense a transição do programa para o novo “Médicos pelo Brasil”. Os técnicos alegam que há “desassistência em diferentes municípios” por causa da dinâmica adotada por Jair Bolsonaro e Marcelo Queiroga para extinguir, a toque de caixa, a iniciativa criada pelo PT em 2013.
Dados levantados pelos coordenadores indicam que, até o mês passado, o déficit nacional de profissionais no “Mais Médicos” era de 32,6%.
A situação mais grave é a do Distrito Federal, com 61,7% das vagas ociosas — o impacto já é sentido nas unidades de saúde. Há quadros semelhantes no Rio Grande do Norte (42% dos quadros não preenchidos); São Paulo (38,3%); Santa Catarina, Sergipe e Espírito Santo (todos na casa dos 37%).
O impasse acontece porque os acordos de trabalho com adeptos do “Mais Médicos” estão chegando ao fim, sem renovação, num compasso acelerado em relação às contratações do “Médicos pelo Brasil”. E tudo em meio ao recente agravamento da pandemia.
Anunciado em 2019, o projeto de Jair Bolsonaro para a Saúde só foi lançado para valer este ano. As primeiras contratações aconteceram em abril, a seis meses das eleições.
Globo