Caminhoneiros farão greve relâmpago para pressionar governo

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Foto: Miguel Schincariol/AFP

Quatro anos depois da greve que parou o Brasil — e gerou inclusive falta de produtos nas prateleiras dos supermercados e combutíveis nas bombas, os caminhoneiros devem parar novamente. Desta vez, em um ato de uma hora, marcado entre o meio dia e às 13h. Em mensagens que circulam pelos grupos de WhatsApp de motoristas, a orientação é parar em bases da Polícia Rodoviária Federal pelas estradas do país em manifestação contra o aumento do preço do diesel e a política de preços da Petrobras.

A manifestação convocada — que pede para que os motoristas não fechem as estradas para atrapalhar o fluxo de veículos — ocorre após a ameaça de faltar diesel no país. A Petrobras alertou o governo que, caso não sejam seguidas as políticas de preço, possível que falte o combustível no país já que no segundo semestre está previsto um aumento de demanda global e menor abastecimento, devido as sanções ao petróleo russo. “Os caminhoneiros estão juntos”, disse o deputado Federal Nereu Crispim (PSD-RJ). Wallace Landim, o Chorão, um dos líderes da greve de 2018 também confirmou a adesão à manifestação.

Atualmente, o Brasil importa cerca de 30% do diesel consumido no país. A defasagem média do preço gira em torno de 0,37 centavos por litro, segundo a Abicom, Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis. No ano, a Petrobras realizou três reajustes nos preços do diesel. No penúltimo, o presidente Jair Bolsonaro destituiu o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna e após o último, trocou o ministro de Minas e Energia (Bento Albuquerque por Adolfo Sachsida) e apontou mais uma troca no comando da estatal, tirando José Mauro Coelho, que estava no comando da empresa há apenas 40 dias antes do governo indicar o novo mandatário, o economista Caio Mario Paes de Andrade, que precisa passar por aprovação na governança da empresa antes de assumir.

Os caminhoneiros questionam a política de reajuste de preços da Petrobras, que vem levando aos aumentos dos preços porque a petroleira pratica paridade com o mercado internacional e também a falta de transparêcia do governo de Jair Bolsonaro e da própria Petrobras sobre o estoque de diesel e o risco de desabastacimento de combustível caso os preços não passem por novo ajuste. Vale lembrar que em 2018, Bolsonaro contou com grande apoio da categoria durante a campanha, porém viu sua popularidade ruir conforme os aumentos de preços ocorreram. O custo médio do litro do diesel está em 6,943 reais, maior valor nominal da série histórica da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), iniciada em 2004.

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