Rejeição a Lula põe militares em modo golpista

Destaque, Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Evaristo Sá/AFP

Para integrantes do governo Bolsonaro, a crescente investida dos militares sobre as eleições tem relação com a volta de Lula à disputa pela Presidência. A avaliação de membros do Palácio do Planalto é de que a escalada dos militares sobre as urnas, em sintonia com Bolsonaro, tem, entre seus motivos, a rejeição que parte da caserna ainda nutre contra o PT.

A leitura feita por esses ministros é de que a entrada de Lula no pleito aproximou ainda mais os militares de Bolsonaro. Eles apontam que os questionamentos das Forças Armadas sobre o processo eleitoral só começaram no fim de 2021, quando a candidatura de Lula já estava consolidada e pesquisas mostravam o petista quase 30 pontos percentuais à frente de Bolsonaro nas intenções de voto do segundo turno.

Como informou o jornal “Folha de S. Paulo”, desde o ano passado, os militares fizeram quase 90 questionamentos sobre o sistema eleitoral, além de propostas no âmbito da comissão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para mudar as regras das eleições.

Para membros do governo, o único caminho para o presidente arrefecer a guerra que trava contra a corte eleitoral é que as medidas colocadas pelo Ministério da Defesa sejam acatadas para as eleições deste ano. Já o TSE não vê possibilidade de mudar as regras do processo a quatro meses do pleito. A corte já acolheu total ou parcialmente dez das 15 propostas feitas pelos representantes das Forças Armadas no âmbito de sua Comissão de Transparência. Outras quatro recomendações são analisadas para 2024.

Até o momento, Lula tem descartado fazer uma aproximação efetiva com militares. Parte de seus aliados, no entanto, tem conversado com integrantes das Forças Armadas com os quais já tinha relação.

O Globo