A estratégia da oposiçao para atrasar compra de votos por Bolsonaro

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A fim de tentar reduzir eventuais ganhos eleitorais de Jair Bolsonaro com a PEC das Bondades, que prevê benefícios a motoristas de táxis e caminhoneiros, a oposição na Câmara traçou uma estratégia para protelar a votação da emenda à constituição, tentando atrasar a votação para o segundo semestre. Assim, calculam que os efeitos das benesses podem ser menos sentidos nas urnas, em outubro. 

Na guerra de narrativas, a oposição vai tentar invocar o artigo 114 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, que prevê atraso de pelo menos 20 dias:  

“A tramitação de proposição elencada no caput do art. 59 da Constituição Federal, ressalvada a referida no seu inciso V, quando acarretar aumento de despesa ou renúncia de receita, será suspensa por até vinte dias, a requerimento de um quinto dos membros da Casa, nos termos regimentais, para análise de sua compatibilidade com o Novo Regime Fiscal.”   

Se a oposição conseguir protelar, a votação ficaria para agosto e o pagamento só seria iniciado em setembro, reduzindo as chances de a população sentir os efeitos com o pagamento antes da eleição, em 2 de outubro.  

Já a base governista na Câmara vai se basear em outro trecho da Constituição Federal que garante a concessão do benefício em tempos de crise financeira. Diz Danilo Forte, relator da PEC na Câmara: 

— É uma guerra de narrativas, já que no Brasil ninguém quer descer do palanque. Mais vale ver o cara passando fome do que garantir um auxílio. Tem de criar dificuldades por causa de um palanque eleitoral. 

Globo