MPT avisa Pedro Guimarães sobre processo aberto

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Foto: Alan Santos/PR

O Ministério Público do Trabalho (MPT) realizou, nesta segunda-feira (4), uma inspeção surpresa na presidência da Caixa Econômica Federal no prédio sede em Brasília. Os trabalhos estão sendo conduzidos pelo procurador Paulo Neto. A ação ocorre após denúncias de assédio sexual contra mulheres, investigadas pelo Ministério Público Federal (MPF).

O ex-presidente do banco Pedro Guimarães e o seu substituto, o vice-presidente de Negócios de Atacado, Celso Leonardo Barbosa, deixaram os cargos na semana passada, após acusações de envolvimento no caso.

“Essa inspeção foi realizada com o objetivo de verificar o espaço físico onde esses supostos assédios poderiam estar ocorrendo. Durante o depoimento das testemunhas, é importante que a gente tenha uma ideia do espaço físico, quais setores se relacionam, onde funciona a presidência, a vice-presidência, por onde as pessoas circulam”, disse o procurador.

Ele destacou que o foco do MPT é o assédio moral, mas adiantou que pedirá ao MPF o compartilhamento dos dados porque as duas questões andam juntas:

“Quando a vítima não cede às investidas do assediador, ele parte para o assédio moral, ele ignora, adota medidas de retaliação. São condutas que andam conjuntamente. Vamos fazer um pedido de compartilhamento com o Ministério Público Federal porque eles apuram a questão criminal do assédio sexual e nós, a questão trabalhista.”

O procurador lembrou que a Caixa e Guimarães foram notificados pelo MPT e têm prazo de 10 dias para apresentar a defesa. O prazo termina no fim desta semana.

Segundo o procurador, os gestores públicos podem ser responsabilizados no fim da investigação. No caso de assédio moral, os empregadores são chamados a assinar um termo de ajuste de conduta, com obrigações, como criar um canal de denúncia efetivo. Dependendo da gravidade, por haver condenação por dano moral coletivo.

Além de denúncias de assédio sexual, os funcionários da Caixa acusaram dirigentes de assédio moral. Áudios de reuniões obtidos pelo site Metrópoles mostram que o executivo constrangia seus subordinados, com uso recorrente de palavrões, xingamentos e autoritarismo.

Em uma reunião, Guimarães pede a Celso Leonardo Derziê, vice-presidente da Caixa para anotar os CPFs de todos os que estavam presentes, para que fossem punidos com a perda dos cargos que ocupavam caso o teor da reunião vazasse, segundo o site.

Valor Econômico