Serra pode se aproximar de Lula

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Foto: Reprodução

Presa numa saia para lá de justa com o pacote de bondades planejado pelo presidente Jair Bolsonaro, a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quebra a cabeça para encontrar uma forma de se contrapor à PEC Kamikaze, sem amargar o impacto eleitoral desse movimento. O melhor dos mundos seria encontrar uma espécie de laranja para a tarefa. Alguém fora do partido, disposto a encabeçar a oposição às benesses eleitoreiras do presidente.

Um nome óbvio martelou sem parar a cabeça de líderes petistas no último fim de semana: José Serra (PSDB-SP). O tucano foi o único senador a se posicionar contra a PEC que cria em ano eleitoral uma série de benesses, que vão desde o aumento do Auxílio Brasil para R$ 600 até vouchers no valor de R$ 1.000 para caminhoneiros. Na semana passada, todos os senadores do PT votaram a favor do projeto, enquanto Lula ia para as redes sociais para dizer que Bolsonaro tenta “comprar o povo”.

A contradição é reflexo da dificuldade eleitoral do PT em ir contra benefícios sociais, mesmo que eles representem um risco real aos cofres públicos lá na frente. Assim como Bolsonaro age com o claro intuito de ganhar votos, o PT não esconde o medo de perder apoio se for contra a PEC.

Como mostrou a coluna no último sábado, o partido de Lula até mobilizou sua equipe jurídica para levantar argumentos contra o pacote. Mas ainda não se convenceu a tomar a decisão política de contestar o projeto. Ao mesmo tempo, os petistas sabem que correm o risco de a PEC impulsionar Bolsonaro na corrida ao Planalto, empurrar a disputa para o segundo turno e convencer parte do eleitorado dar um novo voto de confiança para o governo.

A ideia de buscar uma aproximação com Serra seria o primeiro passo de um aliança desejada por Lula já faz algum tempo. Como a coluna mostrou no fim de maio, a campanha petista passou a trabalhar com a ideia de se aproximar de tucanos históricos como Serra e Fernando Henrique Cardoso, para fortalecer a ideia de uma frente ampla para derrotar Bolsonaro. O PT não descarta, por exemplo, convidar o PSDB para integrar um eventual futuro governo.

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