Plano desenvolvimentista de Braga Netto fica na gaveta

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Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O programa de retomada econômica proposto pelo vice de Jair Bolsonaro à reeleição, general Walter Braga Netto, nunca saiu do papel. Com investimentos estimados em até R$ 300 bilhões, o Pró-Brasil foi apresentado por Braga Netto, então ministro da Casa Civil, na fatídica reunião ministerial de 22 abril de 2020, em que Bolsonaro pressionou Sergio Moro para intervir na PF.

“É um plano Marshall brasileiro. Estou tentando fazer uma projeção de dez anos para a retomada do crescimento em resposta aos impactos da Covid”, disse o general Braga Netto na reunião ministerial de 2020, enquanto fazia uma apresentação do programa. Braga Netto se referiu ao plano dos Estados Unidos de financiar a reconstrução de países europeus depois da Segunda Guerra Mundial.

O vice na chapa de Bolsonaro é também o coordenador do plano de governo à reeleição. Há dois anos, o então ministro da Casa Civil queria que seu ministério coordenasse ações de todo o governo visando ao crescimento econômico. Nessa época, já enfrentando os impactos da Covid, o governo Bolsonaro cogitava um total de R$ 300 bilhões em investimentos públicos e privados.

O grupo de trabalho com integrantes de diversos ministérios levou propostas à própria Casa Civil, que não endossou o programa. O Planalto não tem registro de resultado algum do Pró-Brasil. Os documentos foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação.

Um dos motivos para o Pró-Brasil ficar só no discurso foi a resistência da equipe econômica, notadamente do ministro da Economia, Paulo Guedes. Logo após assistir à apresentação de Braga Netto na reunião ministerial de 2020, Guedes foi o primeiro a atacar o aceno a gastos públicos:

“Não chame de plano Marshall, porque revela um despreparo. Plano Marshall é um desastre. Se a gente quiser acabar igual à Dilma [Rousseff], a gente segue esse caminho”.

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