Por verbas do Estado, sambistas evitaram encontrar Lula

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Foto: Valmir Moratelli/VEJA

Noca da Portela, o maior compositor de sambas-enredos da Sapucaí, os intérpretes Neguinho da Beija-Flor e Pitty de Menezes, da Imperatriz Leopoldinense, Tia Surica, baluarte da Portela, a sambista Teresa Cristina, o carnavalesco Leandro Vieira, o compositor André Diniz, o pesquisador de carnaval Fabio Fabato… Foi grande a lista de pessoas do mundo do carnaval reunidas no palco da quadra da Unidos da Tijuca, no final de tarde desta quarta-feira, 6, para o encontro com Lula (PT) e Alckmin (PSB). Mas não havia nenhum, absolutamente nenhum presidente das escolas de samba do Rio de Janeiro no evento.

De acordo com fontes do mundo do samba ouvidas pela coluna VEJA Gente, esse desfalque teria partido de um pedido categórico da Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa). Isso porque as escolas dependem diretamente do apoio financeiro da prefeitura e do governo do estado. E é sabido que o governador Claudio Castro (PL) apoia a reeleição de Jair Bolsonaro (PL). Para não haver desgaste antes da hora, foi baixada uma ordem interna para que ninguém desse as caras no “samba” de Lula. Procurado, Jorge Perlingeiro, presidente da Liesa, não se manifestou.

Guardadas as devidas proporções, é inevitável a comparação com a reunião de apoio que o ex-prefeito Marcelo Crivella fez com representantes de todas escolas de samba e de blocos carnavalescos, ainda na campanha de 2016. Na época, ele prometeu manter tudo como estava, ao contrário do então adversário, Marcelo Freixo (ainda no PSOL), que queria mudanças da gestão da Liesa. Eleito, Crivella demonizou o carnaval e cortou verbas públicas. Agora, Lula falou em cadeia produtiva do carnaval, geração de empregos e investimentos na cultura popular e prometeu assistir aos desfiles na Sapucaí, se eleito.

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