Carta pela democracia diminui ritmo de crescimento

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Foto: Adriano Machado/REUTERS

A carta pela democracia, organizada na Faculdade de Direito da USP, passou a marca de 800 mil assinaturas nesta terça-feira, 9, dois dias antes de sua apresentação em ato no Largo de São Francisco, na capital paulista. Com o aumento das adesões, o presidente Jair Bolsonaro (PL) intensificou seu discurso contra o documento e voltou a citá-lo durante evento na Federação Brasileira de Bancos (Febraban) nesta segunda-feira, 8. Para o chefe do Executivo, os banqueiros precisam julgá-lo pelas suas ações e não por meio de assinaturas em “cartinhas”.

“Vocês têm que olhar na minha cara, ver minhas ações e me julgar por aí. Não assinar cartinha, não vai assinar cartinha”, afirmou Bolsonaro. “Quem quer ser democrata não tem que assinar cartinha, não”, reiterou.

O chefe do Executivo ainda afirmou que nunca agiu contra a democracia. “Mandei prender deputado?”, questionou, em nova crítica ao Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou prisão ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) por ataques à democracia. O parlamentar, contudo, recebeu perdão presidencial em menos de 24 horas após ser condenado pelo STF a 8 anos e 9 meses de prisão. “Onde está a ditadura? Está no Executivo?”, seguiu Bolsonaro.

Na última quarta-feira, 3, Bolsonaro afirmou, durante culto evangélico no auditório da Câmara dos Deputados, que quem assinou a carta não tomou posição nas restrições sanitárias impostas por governadores no auge da pandemia de covid-19. “Vocês todos sentiram um pouco do que é ditadura. E nenhum daqueles que assinam cartinha por aí se manifestaram naquele momento”, afirmou o presidente, que ainda critica as medidas de restrição adotadas por governos estaduais para conter o avanço do coronavírus.

A carta pela democracia é uma reação aos ataques ao processo eleitoral feitos pelo presidente. A expectativa é que artistas populares que assinaram o manifesto também passem a engajar seus públicos, o que pode acelerar a marca de 1 milhão de assinaturas até o dia 11 de agosto, data em que será realizado ato na Faculdade de Direito da USP.

Os presidenciáveis Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB) e Luiz Felipe d’Avila (Novo) assinaram o documento logo após seu lançamento. Nesta segunda, 8, após ser cobrado por apoiadores, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sua esposa, a socióloga Rosângela “Janja” da Silva, também endossaram o movimento.

Estadão