Confira o Plano de Governo de Haddad

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Foto: Bruno Santos – 16.ago.22/Folhapress

O plano de governo do candidato a governador de São Paulo Fernando Haddad (PT) traz o aumento dos investimentos públicos como tema, visando a diminuir a desigualdade e a recuperar a economia, além de críticas às gestões de João Doria e Rodrigo Garcia, ambos do PSDB, e de Jair Bolsonaro (PL).

A campanha do petista divulgou dois programas de governo: um provisório, com 35 páginas, e outro definitivo, de 148 laudas, lançado na última segunda-feira (22).

Ambos os documentos enaltecem ações de Lula (PT) em seus dois mandatos no governo federal e de Haddad na Prefeitura de São Paulo e no Ministério da Educação, como o Sisu (Sistema de Seleção Unificada) e a consolidação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

O presidente Jair Bolsonaro (PL) é citado duas vezes no programa provisório, em críticas ao modelo de paridade internacional dos preços de petróleo da Petrobras e à gestão de conselhos nacionais. No plano definitivo, porém, não há citações diretas, embora políticas do atual governo sejam alvo de rejeição.

Já Doria e Rodrigo são citados diretamente diversas vezes nos dois programas, em críticas à atuação nas áreas social, de educação, de planejamento urbano e de ambiente, além de outros reparos indiretos.

O plano do ex-prefeito é dividido em sete eixos: combate à fome e à miséria, cuidado da vida, inovação, educação e cultura, respeito e igualdade de direitos, gestão inovadora e aumento da qualidade de vida.

A carta de intenções definitiva traz propostas mais voltadas à esquerda e na contramão de seus adversários, como reforma agrária, demarcação de terras indígenas, cotas e combate a abusos da polícia.

Haddad propõe, por exemplo, a valorização da carreira policial, com promessa de aumento salarial a agentes e mais contratações, e a manutenção das câmeras acopladas aos uniformes dos PMs. O programa, criado por Doria em 2019, gerou debate entre os candidatos, com propostas divergentes, incluindo a remoção do equipamento, responsável pela redução da letalidade policial em 85%.

O petista também sugere o fortalecimento da ouvidoria das forças policiais, para diminuir a letalidade das abordagens, especialmente da população negra. Em outras áreas, sugere o fortalecimento do sistema de educação e a melhor estruturação do sistema de saúde, com investimentos em especialidades.

Apesar das críticas ao PSDB, algumas políticas de governos tucanos, como as expansões do ensino em período integral e do DesenvolveSP, órgão para a liberação de crédito a setores produtivos da economia com maior rapidez e taxas mais baixas, são citadas como passíveis de ampliação e aperfeiçoamento.

Na carta, também são abordados temas como reforma psiquiátrica, violência contra as mulheres, cultura, esporte, habitação, desenvolvimento sustentável e criação de empregos.

O texto também aborda questões como racismo —nas áreas de educação, desigualdade social e segurança pública, promete criar políticas intersetoriais, ou seja, que ampliem seu escopo de atuação, considerando as particularidades de minorias, entre as quais a população negra.

Na educação, a chapa petista propõe o aumento do investimento no ensino médio, com a valorização do plano de carreira dos professores e de suas formações, o apoio aos municípios em políticas de alfabetização e o fortalecimento do Sistema Estadual de Educação.

Para a saúde, Haddad sugere melhor estruturação do fluxo de atendimento, focando o envelhecimento da população e a preparação para combater novas epidemias. Também propõe a entrada do estado no cofinanciamento do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), o aumento de investimentos em hospitais públicos e em ambulatórios de especialidades.

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VEJA ALGUMAS DAS PROPOSTAS DE FERNANDO HADDAD

Mobilidade urbana e transportes

– Investir em uma rede ferroviária intermunicipal com ligações entre São Paulo, Santos, Sorocaba e São José dos Campos
– Criar um bilhete único metropolitano, integrando sistemas de tarifas dos municípios de regiões metropolitanas
– Restabelecer passe livre para o idoso

Emprego

– Criar sistema estadual de inovação, com fomento às startups, pesquisa e tecnologia
– Programa de subsídios a entregadores de aplicativo e regulamentação do setor
– Fortalecimento do setor agro paulista por meio do acesso ao crédito

Saúde

– Promover uma campanha emergencial de vacinação no estado
– Criar programa de redução emergencial da fila de consultas médicas
– Criação de Hospitais Dia (hospitais de curto período de permanência e internação) estaduais fixos e móveis

Educação

– Criar IEs (Institutos Estaduais), semelhantes aos federais, focando áreas de vulnerabilidade social
– Reestruturar o currículo do ensino médio
– Criar programa de permanência na escola, transferindo renda aos estudantes
– Valorizar profissionais da educação, com bolsas para cursos de licenciatura
– Dar autonomia às diretorias de ensino e revisar a autonomia financeira das unidades escolares

Cultura

– Criar calendários culturais integrados ao turismo e mapear a indústria cultural de São Paulo
– Estadualizar a Spcine, empresa pública da capital paulista, e expandi-la ao interior

Segurança

– Manter câmeras nos uniformes dos policiais militares
– Criar delegacias em “padrão Poupatempo”, procurando agilizar o atendimento e acolhimento
– Desvincular corregedorias das polícias das direções a fim de promover independência
– Informatização do sistema penitenciário

Meio ambiente

– Criar programa para reduzir uso de agrotóxicos e diversificar produção nas terras
– Promover a eletrificação do transporte coletivo e o uso de biocombustíveis
– Acelerar a implementação de veículos elétricos no estado
– Recriar a secretaria estadual de Meio Ambiente

Social

– Ampliação do Bom Prato para novas regiões de São Paulo e a criação de um Bom Prato para estudantes
– Promoção de renda básica e valorização do profissional de assistência social

Folha