Lula promete anular sigilos de Bolsonaro
Foto: Miguel SCHINCARIOL / AFP
Em debate eleitoral, o ex-presidente Lula (PT) acusou o atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL), de praticar corrupção no combate à pandemia. O petista questionou a candidata Simone Tebet (MDB), que esteve presente na CPI da Covid, sobre as interpretações dela sobre a comissão.
Durante as considerações finais, Lula teve o pedido de direito de resposta aceito, por ter sido chamado de ex-presidiário por Bolsonaro, e atacou o presidente. “Estou aqui candidato para ganhar as eleições e em um decreto só eu vou apagar todos seus sigilos porque eu quero descobrir o que você tanto….”, disse o ex-presidente, que teve o áudio interrompido pelo término do tempo de resposta.
Lula ganhou direito de resposta: “As razões pelas quais eu fui preso foi para ele se eleger presidente e era preciso tirar o Lula. Eu estou muito mais limpo do que ele ou qualquer outro parente dele”. Ele também prometeu suspender os sigilos de Bolsonaro. #DebateNaBand pic.twitter.com/hZgvWCHAjS
— Correio Braziliense (@correio) August 29, 2022
Segundo a Lei de Acesso a Informação, o sigilo pode ser imposto quando a divulgação dos dados viola a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem de uma pessoa.
Atualmente, Bolsonaro acumula cerca de seis pedidos de sigilo de cem anos,prazo máximo estabelecido na lei. Entre eles encontra-se o seu cartão de vacina, os dados dos crachás de acesso dos seus filhos Carlos Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro easreuniões entre o presidente e pastoresenvolvidos em um suposto esquema de corrupçãono Ministério da Educação.
Para Tebet, Lula perguntou se “houve corrupção no processo de tratamento da covid” e “negligência do governo no cuidado da vacina”. Tebet, que ganhou reconhecimento pela participação no colegiado, disse que Bolsonaro “negou vacina, atrasou 45 dias, muitas pessoas poderiam estar entre nós e não estão por culpa da insensibilidade de um governo que não coloca vacina no braço do povo brasileiro”.
“Eu confirmo que houve corrupção. Houve tentativa de comprar vacinas superfaturadas”, afirmou a candidata sobre o caso Covaxim.
O caso foi apontado pelo deputado federal Luis Claudio Fernandes Miranda (DEM-DF) e o irmão Luis Ricardo Fernandes Miranda, chefe da divisão de importação do Ministério da Saúde, um suposto esquema de fraude na negociação para a compra de 20 milhões de doses do imunizante Covaxin.
O esquema, segundo os irmãos Miranda, envolveu o Ministério da Saúde e a empresa brasileira Precisa Medicamentos, que seria a responsável pela venda da vacina no Brasil, produzida pelo laboratório indiano Bharat Biotech.
A TV Bandeirantes exibe, neste domingo (28/8), o primeiro debate entre candidatos à Presidência da República. Organizado em parceria com a Uol, Folha de S. Paulo e TV Cultura, o debate recebe os candidatos Ciro Gomes (PDT), Felipe D’Avila (Novo), Soraya Thronicke (UB), Lula (PT), Jair Bolsonaro (PL) e Simone Tebet (MDB).