Nem Bolsonaro acha normal pagar R$ 13 mi em dinheiro

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O presidente Jair Bolsonaro faz pouco caso da notícia de que ele e sua família compraram dezenas de imóveis em dinheiro vivo ao longo dos anos. Diz que não há problema algum em transações desse tipo e que ele próprio e seus filhos são alvos constantes de “pancada”, recorrendo novamente à tese de que esta é mais uma perseguição da mídia que tenta prejudicá-lo. Mas a notícia, revelada ontem pelo portal Uol, tem potencial para lhe dar muita dor de cabeça.

A pouco mais de um mês da eleição, o caso levanta suspeitas mais uma vez sobre a relação do presidente e de seus filhos com dinheiro, expressa nas investigações de rachadinha em gabinetes da família. É, antes de tudo, munição para o adversário, a poucas semanas da ida às urnas. A campanha de Bolsonaro vinha batendo na tecla da corrupção para atacar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Qualquer movimento nessa direção, a partir de agora, tende a gerar uma contraofensiva imediata da campanha petista.

Em menos de 24 horas, a reportagem indicando que Bolsonaro e seus filhos compraram mais de 51 imóveis em dinheiro vivo – praticamente metade de seu patrimônio – já ganhou inclusive a mídia internacional. Na manhã desta quarta-feira, a notícia já circulava no britânico The Guardian.

O maior risco, para Bolsonaro, é que há sinais de que a ponta do novelo ainda nem foi desenrolada. Por exemplo, ao que tudo indica, o presidente e seus filhos não guardam dinheiro no colchão. Se guardam, não o declararam à Justiça – que por si só é seria um problema. O jornal O Estado de S. Paulo decidiu varrer todas as declarações de bens de Bolsonaro e de seus filhos desde 1998. Ali apenas Carlos Bolsonaro informou ter guardado R$ 20 mil em espécie, por um período de oito anos.

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