Rio tem ato pró-Justiça Eleitoral

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Foto: Vermelho

Um ato em defesa da Justiça Eleitoral e contra a violência política levou representantes de diferentes partidos políticos, movimentos sociais e representantes de entidades na noite desta segunda-feira (1º) ao Clube de Engenharia do Rio de Janeiro.

Estiveram no evento representantes dos partidos Cidadania, MDB, PCdoB, PDT, PSB, PSD, Psol, PT e Rede.

O 9º Ato do Direitos Já! Fórum Pela Democracia, movimento coordenado pelo sociólogo Fernando Guimarães, misturou falas ao vivo de políticos locais com manifestações por vídeo de participantes de países estrangeiros, como a de Maria Manuel Leitão Marques, deputada portuguesa do Partido Socialista no Parlamento Europeu.

“A democracia enfrenta desafios não apenas no Brasil, mas no mundo. O combate às notícias falsas, às bolhas de desinformação que se formam nas redes sociais, à desvalorização do conhecimento científico e dos direitos que achávamos que já haviam sido adquiridos para sempre, como recentemente nos Estados Unidos. Precisamos nos unir no mundo inteiro para reforçar o respeito às nossas instituições democráticas”, declarou a parlamentar.

Uma das falas mais contundentes foi do deputado federal Marcelo Ramos (PSD-AM), que fez um chamado aos partidos de centro e de direita que, no seu entendimento, realizaram um “pacto cínico dentro do Parlamento” de não reação aos atos antidemocráticos do presidente Jair Bolsonaro (PL).

“É preciso perceber que gastar essa energia [em defesa do sistema eleitoral] não é tarefa de exclusiva de democratas de esquerda. É tarefa de todos os democratas. Por isso eu quero fazer um chamado ao que se intitula centro democrático do Brasil, e digo isso como um deputado do PSD, um chamado à direita que se autointitula democrática pela timidez na reação à marcha de Bolsonaro sobre a democracia”, disse o deputado.

Após o deputado pedir voto ao ex-presidente Lula (PT), Guimarães pediu que não fosse levada a “questão eleitoral” aos discursos.

“Hoje o que nos une é defesa da Justiça Eleitoral, da não violência, e a gente não quer que isso tenha uma repercussão de um ato político eleitoral”, disse o sociólogo.

Diferentes falas lembraram a escalada de violência política e citaram os assassinatos da vereadora Marielle Franco, do jornalista Dom Phillips, do indigenista Bruno Pereira e do militante petista Marcelo Arruda.

Candidato ao Governo do Rio de Janeiro pelo PSB, Marcelo Freixo esteve presente, mas não discursou. Uma das falas foi do deputado federal e pré-candidato ao Senado pelo PSB Alessandro Molon.

“Nós resistimos a quatro duros anos, mas resistimos com duras perdas para o país e com retrocessos. Primeiro achamos que tínhamos que defender os direitos, agora vemos que precisamos defender a própria democracia para que através dela os direitos sejam protegidos”, disse o deputado.

A fala final do evento foi da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA).

“Os riscos à democracia ecoam do Palácio do Planalto tendo no presidente da República a figura central. Mas é bom lembrar que é um presidente eleito democraticamente através das urnas, através dos votos, mas esse mesmo presidente tenta questionar a legitimidade das urnas criando acirramento de ódio na sociedade brasileira”, disse a senadora.

O evento se encerrou com a exibição de vídeos dos pré-candidatos à Presidência Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT).

Valor Econômico