Alckmin consegue reduzir rejeição de banqueiros a Lula

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Foto: Alexandre Cassiano/O Globo

O jantar de Lula com empresários em São Paulo foi o mais visível, mas não o único movimento da ofensiva petista de última hora para tentar criar um clima favorável na elite do setor financeiro.

O candidato a vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), dedicou seus últimos dias a fazer reuniões com entidades empresariais e gestoras de recursos para investir na mensagem de que Lula é fiscalmente responsável e não fará nenhuma “loucura” com as contas públicas.

Mais do que conseguir votos para ganhar no primeiro turno, a estratégia buscava tentar amainar a desconfiança em relação a Lula no mercado, onde ainda se ouvem muitas críticas ao fato de que seu programa é vago a respeito de como serão as políticas fiscal e econômica caso ele seja eleito, e que elegê-lo seria um “cheque em branco” ao petista.

Desde a semana passada, Alckmin foi a duas corretoras de investimento, a XP e a Terra, ao Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP), comandado por Persio Arida, e à Associação Comercial do Rio de Janeiro.

Nessas conversas, ele não chegou a avançar muito além do que já diz o programa de Lula e tem sido a regra dos emissários do petista em reuniões com atores econômicos.

Confirmou que o teto de gastos deve ser abandonado em um governo Lula, mas disse ser a favor de uma regra para regular os gastos do governo para dar previsibilidade aos atores econômicos. Também afirmou que considera necessário manter uma rede de proteção aos mais pobres.

As mensagens mais importantes de Alckmin, porém, não foram as econômicas, e sim as políticas.

O vice de Lula deixou claro que o PT está apostando todas as fichas na vitória no primeiro turno, porque uma campanha de segundo turno seria “muito pesada” e de “muita violência”.

Afirmou que terá um papel importante no governo, que definiu como o de um co-piloto.

Por fim, disse que não vê risco de escalada golpista, mas defendeu que, após ganhar a eleição, Lula terá que fazer um gesto pelo final do clima de ódio na política – “um gesto magnânimo de quem ganha”. Que gesto seria esse, Alckmin não falou.

O Globo