Esquerda elegerá mais deputados em 2022

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Foto: Elaine Menke – 3.ago.22/Câmara do Deputados

A direita deve encolher, a esquerda deve crescer e o centro deve se manter estável na Câmara dos Deputados eleita no próximo domingo (2), aponta projeção feita pela Quaest com base nos índices de popularidade digital dos 24.500 candidatos pelo país.

Os partidos com tendência conservadora, porém, continuarão ocupando quase metade das 513 cadeiras da Casa, enquanto os outros dois grupos ainda terão cerca de um quarto cada um, de acordo com os cálculos da empresa de consultoria e pesquisa.

Os parlamentares de direita recuam de 253 atualmente para 245, os de esquerda avançam de 121 para 129, e os de centro seguem com 139 no levantamento, cujo intervalo de confiança que varia conforme a legenda, conforme indicado nos gráficos abaixo.

Essa mudança nos espectros políticos se reflete, consequentemente, nas possíveis bancadas de apoio a Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os partidos que formam a atual coligação do presidente (PL, PP e Republicanos) ou que tendem a posições próximas a ele (PTB, PSC e Patriota) perderiam 13 vagas, passando de 194 para 181, o equivalente a pouco mais de um terço da Câmara.

Já a coligação do petista, formada por um número maior de siglas que inclui duas novas federações (PT/PV/PC do B e PSOL/Rede), somada a outras que tendem à sua bancada (PSD, MDB, PDT), se ampliaria de 222 para 234, quase metade do plenário.

Os demais partidos, entre eles União Brasil, PSDB, Cidadania e Novo, apenas oscilariam de 97 para 98.

Considerando as legendas separadamente, no entanto, o PL de Bolsonaro continuaria concentrando o maior número de cadeiras, segundo a projeção, com um pequeno crescimento de 76 para 78 deputados federais.

Esse patamar só foi alcançado na janela do troca-troca partidário, quando grande parte do bolsonarismo seguiu o presidente da República e migrou para a sigla. Em 2018, o PL havia eleito 33 nomes, ou seja, menos da metade da atual bancada.

Já a federação do PT de Lula seguiria reunindo o segundo maior grupo, com uma variação de 68 para 71 congressistas. O partido, sozinho, saiu das urnas em 2018 com a maior bancada (54), apesar da onda de direita que varreu a disputa. Ficou, porém, distante do seu auge em 2002.

A composição partidária na Câmara é de suma importância para qualquer governante. Além de ser a Casa que dá a largada em possíveis processos de impeachment, é por lá também que começa a tramitação da maioria dos projetos de interesse do Palácio do Planalto.

Os resultados estimados pela Quaest tiveram como base o Índice de Popularidade Digital (IPD) de todos os candidatos a deputado com nomes inscritos no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), divulgado mensalmente pela Folha.

O indicador, que varia de zero a cem, é calculado pela empresa mineira desde 2018 através de um algoritmo de inteligência artificial que coleta e processa 139 variáveis de três plataformas: Twitter, Facebook e Instagram.

São monitoradas cinco dimensões: presença digital (perfis ativos), fama (seguidores e alcance), engajamento (comentários e curtidas), mobilização (compartilhamentos) e valência (proporção de reações positivas e negativas).

Para esta projeção dos resultados da Câmara, a Quaest explica que, a partir do mesmo algoritmo, estimou o número de votos que cada candidato deve receber e somou as quantias esperadas para cada partido e estado do país.

Em seguida, dividiu esses totais pelo quociente eleitoral de cada unidade da federação (determinada pelo TSE) e obteve a média de cadeiras que cada legenda deve conquistar.

Calculou, então, um intervalo de confiança para essa estimativa com base em simulações estatísticas, resultando num nível de confiabilidade de 95%.

Folha