Haddad cita “guerra religiosa” no país

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Foto: Reprodução

O candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, defendeu nesta terça-feira o combate de notícias falsas, sobretudo as que envolvem religião, e o fim do que chamou de “guerra santa”. Ao lado da deputada federal eleita Marina Silva (Rede), que é evangélica e sua aliada de longa data, o petista está em Santos, no litoral paulista.

— Há toda uma ação de fake news acontecendo, toda uma ação de uma guerra santa que está sendo criada artificialmente no país e isso às vezes leva as pessoas a erro. O Brasil não precisa trazer para cá uma guerra dessa natureza — disse Haddad a jornalistas.

O adversário do petista no segundo turno, Tarcísio de Freitas (Republicanos), vai melhor entre os eleitores religiosos. O ex-prefeito da capital tem apoio de 29% dos evangélicos para o segundo dia de eleição, segundo pesquisa do Datafolha, divulgado na sexta-feira (7). Tarcísio tem 61% das intenções de voto neste segmento. Entre os católicos, há empate técnico (44% para Haddad e 48% para Tarcísio).

O candidato do Republicanos saiu na frente no primeiro turno, com 42% dos votos válidos nas urnas ante 36% do petista. Contra o PT, seja a nível estadual quanto nacional, pesa notícias fraudulentas que relacionam uma eventual vitória do PT ao fechamento de templos. O tema também desgasta a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tenta voltar à Presidência de República.

— Pessoas estão recebendo vídeo ridículos, sobre pacto com o diabo, fechamento de igrejas. E muita gente de boa-fé acredita. Como assim tem um pacto? Nós estamos falando de política pública. O PT governou 12 anos, me dá uma igreja que tenha sido fechada? — questionou o ex-prefeito.

Haddad apontou não gostar “de misturar política com religião”, mas destacou ser neto de um sacerdote cristão. Disse que sua família, que é do Líbano, veio morar no Brasil “para escapar da guerra religiosa”. Ele criticou o atual cenário, em que religião pauta as eleições, e defendeu a tolerância e o respeito a diversidade.

— Vamos para com isso, os padres estão fazendo um apelo para a gente não entra na guerra religiosa. A gente tem que combater as fake news. (…) Eu não gosto de transformar o Brasil numa arena de guerra religiosa. Nós não precisamos disso. Precisamos de trabalho, educação, combate a fome, a miséria, a desigualdade e às mentiras — frisou.

Haddad tomou café na padaria tradicional da cidade Café Carioca, falou com eleitores e tem encontro com movimentos sociais e lideranças políticas locais.

O Globo