Lula esmaga Bolsonaro entre os pobres

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Foto: O Globo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chega a dois dias do segundo turno da eleição com 64% das intenções de voto entre os beneficiários diretos do Auxílio Brasil e eleitores que moram com pessoas que recebem os recursos do governo federal. De acordo com nova pesquisa do Datafolha, o petista tem 27 pontos percentuais a mais que o atual presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), que soma 34% nesse grupo.

Lula avançou cinco pontos percentuais nesse segmento do eleitorado desde a semana passada, quando marcava 56% das intenções de voto. Bolsonaro, no sentido oposto, recuou seis pontos percentuais frente aos 40% que tinha. Na semana seguinte ao primeiro turno das eleições, o Datafolha havia registrado placar de 56% a 37%, com o petista à frente, entre os beneficiários do auxílio.

Os atuais 27 pontos percentuais que separam Lula e Bolsonaro entre os eleitores assistidos pelo programa de distribuição de renda trazem a distância entre os dois candidatos de volta ao maior patamar desde a votação do primeiro turno. Na pesquisa divulgada em 14 de outubro, eram 29 pontos separando as intenções de voto no ex-presidente e no atual chefe do Executivo. Como a margem de erro geral do levantamento é de dois pontos percentuais para mais ou menos, não é possível afirmar com segurança se a vantagem está mais estreita agora.

A prorrogação do Auxílio Brasil e reajuste no valor dos pagamentos para R$ 600 a poucos meses da eleição foram duas das principais apostas do governo Bolsonaro na busca por um novo mandato. O Pulso mostrou que o candidato do PL conseguiu ter melhor desempenho no primeiro turno, em relação ao pleito de 2018, na maioria das cidades com maior proporção de beneficiários do programa.

Apesar dos esforços do atual mandatário, a maior parte das famílias que recebem os recursos federais prefere apoiar o ex-presidente Lula, identificado como responsável pelo Bolsa Família, o programa que antecedeu o Auxílio Brasil. Esses eleitores estão também inseridos no grupo dos votantes de menor renda, em que o petista tem vantagem de 28 pontos percentuais para Bolsonaro: o placar é de 61% a 33% entre os que vivem mensalmente com renda de até dois salários mínimos.

Entre os eleitores que não recebem o auxílio do governo, o quadro é de empate técnico entre os dois candidatos a presidente, com Bolsonaro (48%) numericamente à frente de Lula (45%).

A avaliação positiva do governo bolsonarista oscilou de 32% para 31% em uma semana entre os eleitores beneficiados pelo programa federal. São 39% os que classificam a gestão do Executivo como ruim ou péssima, enquanto 28% a consideram regular.

Nos últimos dias, o atual presidente foi atacado após a revelação de que o Ministério da Economia estuda flexibilizar o reajuste do salário mínimo, desvinculando-o da inflação. A medida, se confirmada, teria maior impacto para as pessoas de baixa renda.

Os pesquisadores do Datafolha entrevistaram 4.592 eleitores em 253 municípios entre 25 e 27 de outubro. A margem de erro máxima é de dois pontos percentuais para mais ou menos, para um intervalo de confiança de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR-04208/2022.

O Globo