PT acha que Bolsonaro tentará melar eleição

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Foto: Miguel Schincariol/AFP e Evaristo Sá/AFP

A campanha de Lula viu a denúncia de Bolsonaro sobre a suposta supressão de inserções em rádios como mais um factóide, na tentativa de tumultuar as eleições e pavimentar um caminho para questionar o resultado das urnas.

Desde a semana passada, os petistas estavam atentos a esse tema, após o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, promover uma reunião entre os advogados da campanha de Lula e Bolsonaro para tentar chegar a um “armistício” nos ataques na TV. No encontro, o advogado Tarcísio Vieira, que representa o presidente, chegou a mencionar que cerca de 2 mil inserções de Bolsonaro não teriam sido veiculadas em rádios, mas a conversa não prosperou.

O alerta acendeu de vez na segunda-feira, após uma coletiva de imprensa chamada às pressas pelos coordenadores da campanha de Bolsonaro, Fábio Wajngarten e o ministro das Comunicações, Fábio Faria, para anunciar a suposta supressão de inserções do presidente, o que favoreceria o petista. Eles levaram o caso ao TSE, que pediu provas.

As alegadas provas chegaram às mãos de Alexandre de Moraes, que considerou os dados inconsistentes e negou o pedido de investigação. Além disso, acionou a Procuradoria-Geral da República e a Corregedoria para apurar se houve intenção de “tumultuar” o segundo turno.

A QG lulista já esperava uma “bala de prata” de Bolsonaro às vésperas da eleição e fez um plano para conter possíveis danos. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que é um dos coordenadores da equipe, foi escalado para se reunir com a representantes das redes sociais e fazer alertas sobre fake news, além de cobrar atuação para coibi-las. Na quarta-feira, se encontrou com membros do WhatsApp, Google e YouTube e, nesta quinta-feira, se reúne com representantes do Twitter e Meta, dona do Facebook e Instagram.

— Essa denúncia sobre as rádios é um factóide e acreditamos que, até domingo, outros virão, mas estamos preparados. Para nós, essa é uma clara tentativa do presidente de pavimentar um caminho golpista com o cenário de derrota na eleição — disse Randolfe à coluna.

A campanha petista também tem mostrado preocupação com a disseminação de fake news em grupos de Telegram e WhatsApp. O monitoramento de redes mostrou que notícias falsas associando Lula ao satanismo afetaram a imagem do ex-presidente no dia da votação do primeiro turno. Por isso, há um esforço para evitar que qualquer atuação nesta linha se repita.

Um dos principais pontos de alerta são, principalmente, as 48 horas que antecedem a votação, quando não há mais programa de televisão para desmentir acusações ou contra-atacar Bolsonaro. Por isso, a campanha de Lula tem focado esforços em manter a militância e apoiadores ativos, especialmente nas redes, para denunciar e rebater fake news.

Só no domingo passado, duas reuniões online foram realizadas com cerca de 5 mil pessoas em cada para dar instruções sobre essa frente. Além disso, estão sendo organizadas lives com Lula ao longo de toda semana.

O Globo