Biden e Trump voltam a se enfrentar neste mês

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Foto: JIM WATSON and SAUL LOEB/AFP

Turbulência econômica, fim do direito ao aborto, o futuro da democracia – estes são alguns dos principais temas nas urnas diante da eleição de meio de mandato nos Estados Unidos, que ocorre na terça-feira, 8. Com todos os 435 assentos na Câmara dos Deputados e 35 dos 100 assentos no Senado em jogo, que definirão quem controla o Congresso, os líderes dos partidos Republicano e Democrata tentam fazer seus últimos apelos urgentes a apoiadores.

O presidente Joe Biden vai fazer um comício na noite desta segunda-feira, 7, em Maryland, onde os democratas têm uma de suas melhores oportunidades para recuperar cargo de governador – um dos 39 em disputa. Como foi de praxe ao longo da campanha, o democrata escolheu focar em mais um reduto do partido, em vez de pisar em território mais competitivo, onde o controle do Congresso pode ser decidido.

Seu antecessor, o ex-presidente Donald Trump, realizará o último comício da campanha em Ohio. Enquanto se prepara para lançar uma nova candidatura à Casa Branca, Ohio tem um significado especial para o ex-presidente porque foi um dos primeiros lugares onde ele conseguiu provar seu poder duradouro entre os eleitores republicanos. Seu apoio a JD Vance foi crucial para se tornar candidato do Partido Republicano ao Senado.

Com mais de 41 milhões de votos antecipados, o foco desta segunda-feira será garantir o comparecimento de apoiadores às urnas, em um país onde votar não é obrigatório. Os resultados terão um impacto poderoso nos próximos dois anos da presidência de Biden, que pode ver sua agenda sustentada ou rechaçada.

Na primeira eleição nacional desde a invasão de apoiadores de Trump ao Capitólio de Washington, D.C., em 6 de janeiro do ano passado, os últimos dias da campanha se concentraram em questões fundamentais sobre os valores políticos da nação.

No domingo 6, Biden foi a Nova York para apoiar a campanha da governadora Kathy Hochul, e disse que os republicanos estavam dispostos a tolerar a chamada “insurreição” de 2021 e que diminuíram o impacto do posicionamento combativo da legenda no recente ataque contra o marido da presidente da Câmara, Nancy Pelosi.

“Nunca houve um momento em minha carreira em que glorificamos a violência com base em uma preferência política”, disse o presidente.

Enquanto isso, quando Trump fez referência a Pelosi durante um comício na noite de domingo em Miami, a multidão gritou: “Prenda-a!”.

O evento fez parte da campanha para reeleger o senador da Flórida, Marco Rubio, mas também serviu às próprias aspirações políticas do ex-presidente. Durante um comício em Iowa na semana passada, ele disse que “muito, muito, muito provavelmente” concorrerá à presidência novamente.

Não compareceu ao evento de Miami o governador republicano da Flórida, Ron DeSantis, que concorre à reeleição contra o democrata Charlie Crist. Ele é considerado o maior adversário de Trump dentro do Partido Republicano, caso também entre na corrida pela Casa Branca.

DeSantis realizou seus próprios eventos no domingo, mantendo peças centrais de sua campanha de reeleição, como a rejeição à obrigatoriedade da vacina contra a Covid-19. O governador, contudo, evitou antagonizar Trump.

Já os democratas mantêm foco total no controle da Câmara e do Senado, que pode evaporar depois desta terça-feira. É possível que as eleições tornem-se um referendo sobre o governo Biden, em meio ao aumento da inflação, aumento do crime e pessimismo sobre os rumos do país. Não seria a primeira vez: a história sugere que o partido no poder costuma sofrer perdas significativas nas eleições de meio de mandato.

Biden argumentou que a própria democracia do país está em jogo nessas eleições, e a primeira-dama, Jill Biden, foi ao Texas no domingo para soar alarme semelhante.

“Tanta coisa está em jogo nesta eleição”, disse. “Devemos falar sobre justiça e democracia.

” Viajando em Chicago, a vice-presidente Kamala Harris afirmou: “Esses ataques à nossa democracia não apenas impactarão diretamente as pessoas em nosso país, mas provavelmente em todo o mundo”.

Trump há muito alega, sem evidências, que perdeu a eleição de 2020 por conta de fraude – e chegou até a repetir acusações semelhantes sobre o pleito deste ano. Enquanto isso, agências de inteligência federais emitiram alertas sobre a possibilidade de violência política de radicais da extrema direita.

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