Aeroporto do DF reforçará segurança contra bolsonaristas

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Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Depois de o empresário bolsonarista George Washington de Oliveira Sousa, 54 anos, armar explosivos em um caminhão-tanque que entraria no Aeroporto Internacional de Brasília, a Inframerica afirmou que haverá reforço do policiamento ostensivo e da vigilância do terminal nesta semana.

O caso da bomba ocorreu na manhã de sábado (24/12). O artefato seria explodido com uso de dispositivo remoto, que chegou a ser acionado, mas falhou, segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).

O motorista da carreta, que transportava querosene de aviação, percebeu a presença de uma caixa de papelão em um dos eixos do veículo. Ao abrir, encontrou duas “bananas” de dinamite e um detonador com “luzes piscando”.

Acionada, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), junto a equipes do Corpo de Bombeiros e das polícias Federal (PF) e Civil (PCDF), deflagraram uma operação para desativar a bomba.

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George Washington foi preso na noite de sábado (24/12), horas após as forças de segurança recolherem o explosivo. Ele confessou que planejava um atentado para o dia da posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Com George Washington, a polícia encontrou um arsenal composto por armas, munição e explosivos. O empresário afirmou ter gastado cerca de R$ 160 mil em armas e R$ 600 em dinamite antes de sair de Xinguara (PA) para a capital federal, onde participava de atos em frente ao QG do Exército desde 12 de novembro.

A bomba encontrada perto do aeroporto havia sido fabricada um dia antes e poderia ser acionada por controle remoto, a distância de 50 a 60 metros. O empresário afirmou que entregou o explosivo para um conhecido, identificado como Alan Diego dos Santos Rodrigues, que ficaria responsável pela detonação.

Preso em flagrante por porte e posse ilegais de armas, além de crime de terrorismo, o bolsonarista teve a prisão convertida para preventiva, na manhã de domingo (25/12). No mesmo dia, por questões de segurança, ele foi transferido da carceragem da PCDF para o Complexo Penitenciário da Papuda.

O empresário afirmou à PCDF que “pegou em armas para derrubar o comunismo”. Em depoimento, ele também declarou que tinha intenção de distribuir armamentos para grupos acampados em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília.

“A minha ida a Brasília tinha como propósito participar dos protestos que ocorriam em frente ao QG do Exército e aguardar o acionamento das Forças Armadas para pegar em armas e derrubar o comunismo. A minha ideia era repassar parte das minhas armas e munições a outros CACs [caçadores, atiradores e colecionadores] que estavam acampados no QG do Exército assim que fosse autorizado pelas Forças Armadas”, alegou, em depoimento à Polícia Civil.

O bolsonarista viajou do Pará para Brasília em uma caminhonete, transportando duas escopetas de calibre 12; dois revólveres calibre 357; três pistolas; um fuzil calibre 308; mais de mil balas de diversos calibres e cinco bananas de dinamite.

Em Brasília, inicialmente ficou hospedado no Setor Hoteleiro Sul (SHS). Depois, alugou dois apartamentos no bairro do Sudoeste, por meio da plataforma AirBnB.

O empresário tinha registro de caçador, atirador e colecionador (CAC) desde 2021 e disse que se motivou a comprar as armas pelas “palavras do presidente [Jair] Bolsonaro, que sempre enfatizava a importância do armamento civil”.

Ainda em depoimento, George Washington relatou que, antes de encontrarem uma bomba perto do aeroporto, em um caminhão que transportava combustível, planejou ação semelhante em Taguatinga. Em todas elas, contou com apoio de outras pessoas.

Metrópoles