Greve de aeronautas se intensifica

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Foto: RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

A maioria dos aeronautas rejeitou a proposta de reajuste salarial proposta pelas empresas áreas, que foi apresentada nesta quinta-feira (22) pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), e decidiu manter a greve da categoria.

Nesta sexta-feira (23), os grevistas entraram no quinto dia seguido de paralisações no Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, e no Aeroporto Internacional, que fica em Guarulhos, na região metropolitana.

Em Congonhas, a Infraero registrou 8 voos atrasados e 4 cancelados. Já em Guarulhos, a GRU Airport afirmou que apenas dois voos sofreram atrasos.

Por causa das paralisações dos aeronautas, os aeroportos têm registrado atrasos em decolagens nos últimos dias. O protesto ocorre próximo das viagens de Natal.

Durante live pela internet realizada na quinta pelo TST, representantes do Sindicato Nacional dos Aeronautas informam que a categoria recusou a proposta salarial para encerrar a greve. Votaram 5.884 trabalhadores. A proposta patronal foi recusada por 59,25%. Outros 40,02% aceitaram. Abstiveram-se de votar, 0,73%.

Entenda, abaixo, a greve dos aeronautas:

Quais funcionários estão em greve? Profissionais que exercem atividades relacionadas diretamente à aeronave, como comandante (piloto), co-piloto, comissário de bordo, mecânico de voo, navegador e radioperador de voo.

Todos os aeronautas estão paralisados? Não. Apenas 10% dos trabalhadores ficam paralisados de cada vez. As atividades ficam interrompidas por duas horas, das 6h às 8h.

O que os trabalhadores reivindicam? A categoria cobra reajuste salarial e melhores condições de trabalho (detalhes abaixo).

Há greve também em outros estados? Sim, as paralisações têm ocorrido também nos aeroportos de Campinas, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Brasília e Fortaleza.

Teve um voo atrasado ou cancelado? Saiba quais são os direitos dos passageiros

Por que apenas 10% dos funcionários estão paralisados? Na sexta, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou a manutenção de 90% dos aeronautas em serviço no caso de greve da categoria. A decisão é uma resposta à ação judicial do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) contra o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA).

O que dizem as Companhias aéreas? Em nota, a Latam confirma atrasos na operação por conta da greve. A Companhia ainda afirma que está em negociação com o Sindicato Nacional dos Aeronautas desde o início de setembro para construção do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). Também por meio de nota, a Gol afirmou que todos os voos previstos foram operados e apenas alguns sofreram atrasos.

Por causa das paralisações desta sexta, Congonhas registrou 8 atrasos e 4 cancelamentos de voos que deveriam partir do aeroporto.

Em Guarulhos, a GRU Airport, administradora do aeroporto, não havia divulgado os números de atrasos e cancelamentos nesta sexta.

No domingo (18), os aeronautas rejeitaram a proposta para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho 2022/2023.

Segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), 76,43% votaram contra a proposta, 22,91% foram favoráveis, e 0,66% se abstiveram. Participaram da assembleia online 5.767 votantes.

A proposta apresentada pelas empresas e recusada pelos trabalhadores incluía: aumento de 100% do INPC nos salários fixos e variáveis + 0,5% de aumento real, a incidir sobre diárias nacionais; piso salarial; seguro; multa por descumprimento da Convenção; e vale-alimentação.

G1