Mercadante quer se livrar de críticas da era Dilma
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Aliados de Lula afirmam que o futuro presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, encara a indicação para o cargo como uma oportunidade de redenção. No mercado e em setores do PT, o ex-ministro-chefe da Casa Civil é considerado um dos principais responsáveis pelo naufrágio da economia no governo Dilma Rousseff. Desta vez, ele sabe que não poderá implementar, à frente do banco, projetos similares aos do passado, como a política dos campeões nacionais, pela qual empresas de setores selecionados tomaram crédito a taxas subsidiadas pelo Tesouro. Porém, o prenúncio de que a instituição ganhará importância sob Lula oferece a ele uma chance de refazer sua imagem, admitem até mesmo seus críticos dentro do PT.
Interlocutores de Mercadante tratam a escolha de seus diretores no BNDES como potencial gerador de atrito com setores mais pragmáticos do futuro governo, como a equipe de Fernando Haddad na Fazenda e a de Geraldo Alckmin no MDIC. Ele indicou nomes com passagem pelo ministério de Dilma, como Nelson Barbosa e Tereza Campello, que podem assumir funções de formulação hoje monopolizadas por Brasília.
Alckmin é mais próximo de Haddad do que de Mercadante, com quem terá de dialogar. Embora o BNDES seja vinculado ao MDIC, a administração do banco sempre teve autonomia dado seu tamanho.
A ida de Alckmin para o MDIC é tratada, no PT, como resposta temporária para evitar uma crise após as negativas de Josué Gomes e Pedro Wongtschowski. Armando Monteiro não foi aceito por ser do PSDB.