Ministro bolsonarista diz que é difícil conter golpistas

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Foto: Isaac Amorim/MJSP

Nos últimos dias como ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres rebateu críticas feitas por integrantes do futuro governo Lula. Os petistas alegam que Torres foi omisso nas tratativas para a segurança da posse do presidente eleito. Em entrevista exclusiva à coluna Na Mira, Torres também falou sobre o protagonismo do futuro chefe da pasta, Flávio Dino: “Ele vive um momento de pedra. Dia 1º o jogo vira e ele passa a ser vidraça”.

“Graves e inaceitáveis”, diz ministro da Justiça sobre ataques em Brasília

A atual gestão do MJSP também tem sido alvo de questionamentos sobre os episódios que espalharam terror na capital federal, como a tentativa de invasão à sede da PF e a bomba encontrada próximo ao aeroporto de Brasília.

Conforme o Metrópoles revelou, pessoas ligadas ao futuro governo Lula afirmam que Torres não tem cumprido suas obrigações como ministro, ao se ausentar das reuniões sobre a segurança da posse presidencial, e que isso deve ser questionado na Justiça.

À reportagem, nesta quarta-feira (28/12), Anderson Torres negou omissão.

“O processo de segurança da posse está sendo tratado pela equipe de transição e a segurança é responsabilidade da Secretaria de Segurança Pública do DF. Os órgãos federais estão envolvidos de acordo com a sua atribuição. Estamos atendendo a todos os pedidos da equipe de transição. Segurança pública não é uma ciência exata, mas acredito em uma posse tranquila e segura. Qualquer fato que ocorra, temos certeza de que as forças estão preparadas”, disse.

O ministro também fez um balanço dos dois anos que atuou à frente da pasta. “Estamos entregando grandes resultados, avanço na diminuição de crimes no Brasil. Queda no número de homicídios, recorde na apreensão de drogas, em operações integradas. Avançamos na questão humanitária, em conjunto com outros ministérios, sobretudo na questão dos venezuelanos, haitianos, afegãos”, destacou Torres.

Torres citou, ainda, que chegou a se reunir com Flávio Dino e garantiu que “não tem problemas” com o futuro ministro. “Ele vai ter que se adequar à liturgia do cargo, à postura de ministro da Justiça. Cabe ao ministro uma série de atribuições, mas não cabe ficar no meio da rua acalmando manifestações. Nosso acompanhamento é feito via Polícia Federal, que também tem o tempo dela para dar a resposta. Damos total autonomia para as investigações. Falar sem o compromisso da caneta é muito fácil. Agora, falar com as amarras, com o sigilo, respeitando as instituições, respeitando o tempo da PF e do Judiciário é diferente”, defendeu.

Com mudança pronta para assumir a Secretaria de Segurança Pública do DF na próxima segunda-feira (2/1), Anderson Torres diz que não terá problema de tratativas com o governo petista. “O nosso compromisso é com o governador Ibaneis Rocha e com a população. O governo federal não dita as regras da segurança pública do DF”. Sobre a sua ligação com Jair Bolsonaro (PL), o futuro secretário disse que vem sendo alvo de ataques por “representar a direita brasileira”.

Metrópoles