Extrema-direita estrangeira detona seus pares brasileiros

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Foto: O Globo

No dia seguinte aos atos de vandalismo e destruição dos prédios do Senado Federal, Câmara dos Deputados e Supremo Tribunal Federal (STF), representantes da extrema direita ao redor do mundo foram às redes sociais repudiar as ações de bolsonaristas em Brasília.

Candidata rival do presidente Emmanuel Macron nas últimas eleições da França, Marine Le Pen comentou no Twitter que atacar lugares de poder e representação cidadã é atacar a democracia.

“A violência perpetrada contra as instituições brasileiras para contestar a eleição do presidente Lula deve ser fortemente condenada”, completou.

Le Pen é atualmente uma das principais lideranças do partido Reunião Nacional (RN). Desde que assumiu a legenda, ela busca dissociar sua imagem das acusações de antissemitismo e negacionismo que assombraram seu pai. Ao mesmo tempo, se voltou contra os direitos dos imigrantes e da comunidade de religião muçulmana.

A primeira-ministra da Itália Giorgia Meloni, outra representante da extrema direita na Europa, também minou as manifestações golpistas de ontem em publicação online. Segundo ela, o que está acontecendo no Brasil não pode provocar indiferença:

“As imagens da irrupção nos gabinetes institucionais são inaceitáveis e incompatíveis com qualquer forma de dissidência democrática. O retorno à normalidade é urgente e nos solidarizamos com as instituições brasileiras”, disse Meloni, que comanda o primeiro governo de extrema direita no país desde a fundação da República, em 1946.

Já Santiago Abascal, presidente do partido ultradireitista espanhol Vox, compartilhou uma nota da organização Foro Madrid, que condena “da forma mais categórica a violência perpetrada pelos assaltantes do Palácio do Planalto, em Brasília”.

Ao mesmo tempo, a publicação denuncia uma suposta contradição entre dirigentes e organizações progressistas, que se calam em diante de episódios semelhantes em outras nações:

“Nós que defendemos a democracia e as liberdades mantemos um único critério: que a violência não se justifica em hipótese alguma, nem quando o Palácio do Planalto é assaltado, nem quando o Metrô de Santiago do Chile é incendiado ou quando o A First Line destrói a cidade de Cali”, diz o texto.

Segundo a nota, se os líderes de esquerda querem defender a democracia no Brasil, devem também condenar firmemente as ditaduras de Cuba, Nicarágua e Venezuela.

“Caso contrário, essas organizações e seus membros são totalmente desautorizados, reafirmando sua cumplicidade com todas as formas de violência”.

O Globo