Marina diz que preservar florestas só requer vontade política
Política transversal
Ainda segundo a ministra, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mudou a forma como o tema climático será tratado pelo governo. “Ele transformou a política climática em uma coisa transversal, e não setorial. Nós não conseguiremos lidar com o problema do clima e do meio ambiente se não tivermos uma ação transversal, tanto a nível do governo quanto a nível de sociedade, em nível ético, politico, econômico, e até estético”, declarou Marina.
A presidente da Associação para Mulheres e Povos Indígenas, Hindou Oumarou Ibrahim, também painelista no evento, reforçou o papel da eleição de Lula para o meio ambiente. “Não estou falando por você, Marina, mas nós nos encontramos com o presidente Lula na COP 27, que à época era presidente eleito. E ele fez as coisas que ele prometeu, e isso é muito importante. Ele prometeu que faria um ministério dos povos indígenas, e ele foi lá e fez isso. E temos uma indígena à frente de um ministério destinado aos povos indígenas. Eu não sou do Brasil, mas tenho muito orgulho disso”, disse Hindou, indígena do povo Mbororo, no Chade, país localizado no centro-norte da África.
Críticas a Bolsonaro
Marina também criticou a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Nós tivemos um governo nos últimos quatro anos que negou a ciência. Nós tivemos uma pandemia que matou mais de 700 mil pessoas, porque o governo negou a ciência”, disse.
A ministra frisou que o novo governo vai levar a ciência em conta na tomada de decisões e formulação de políticas públicas. “Mas não há uma única ciência. Os indígenas têm uma ciência milenar, que não é baseada em estar certo ou errado, como a ciência moderna, mas é ciência. Indígenas vivem em 80% do território da floresta e eles cuidam, preservam, isso é ciência. Entendem os sinais da natureza e sabem o que fazer. Quando somamos essas duas formas de ciência, podemos aprender muito”, afirmou Marina.