Moraes já bloqueia redes de quem incita golpismo

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Foto:Reprodução

Na série de decisões para conter o discurso golpista nas redes sociais, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou no domingo, 8 de janeiro, a remoção de 17 contas suspeitas de promover os atos terroristas que destruíram as sedes do Poder naquele dia. Entre eles está o perfil no TikTok “patriota.guilherme”, que pertence a um funcionário público vinculado ao Tesouro Nacional.

Segundo os dados apresentados à Corte pela plataforma, o responsável pela conta é Henrique Guilherme do Amaral Santos, que tem remuneração bruta mensal de R$ 29,4 mil como auditor do Tesouro.

Nas redes sociais, o servidor incentivava um golpe por Bolsonaro e publicava fotos tiradas no acampamento em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília.

Além de auditor no Tesouro Nacional, dados do Portal da Transparência apontam que Santos também ocupa uma função comissionada no órgão, como Gerente de Informações Contábeis. Entre junho e novembro do ano passado, Henrique Guilherme recebeu R$ 145 mil entre a remuneração líquida, férias e gratificação natalina.

A reportagem tentou contato com Santos desde a segunda-feira, por telefone e mensagem, mas ele não respondeu aos questionamentos. O Ministério da Fazenda, órgão ao qual o Tesouro está vinculado, também não se manifestou sobre a atuação nas redes sociais do servidor.

Segundo suas redes sociais, Santos também postava fotos frequentemente do acampamento golpista montado em novembro em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília. No local, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro pediam às Forças Armadas para impedir a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, o que é inconstitucional.

No seu Instagram, o auditor publicou 11 fotos do local entre os dias 17 de novembro e 7 de dezembro, normalmente acompanhados de textos religiosos. Em um deles, publicado em 24 de novembro de 2022, afirmou que Deus não permitiria que os “inimigos” assumissem o poder no Brasil.

Santos também atua como colunista do site “Relevante News”. Em um dos textos, intitulado “Bolsonaro vai agir. Mas e os comandantes?”, dizia ter certeza que o então presidente iria anunciar algum tipo de reação “contra esse sistema perverso e fascista”.

O texto foi publicado no dia 27 de dezembro de 2022, três dias antes de Bolsonaro deixar o Palácio da Alvorada e viajar para os Estados Unidos, de onde ainda não voltou. Apesar disso, o auditor dizia ter certeza que o ex-presidente permaneceria no cargo e Lula não tomaria posse.

O Globo.