No Uruguai, Lula detona Bolsonaro e Temer

Destaque, Todos os posts, Últimas notícias

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira ter herdado um país semidestruído e que isso o obriga a estabelecer metas para o Brasil. Em visita a Montevidéu, o presidente brasileiro ainda chamou o ex-presidente Michel Temer de golpista ao citar que todo o benefício social que os governos petistas fizeram no país foi destruído. Ao se pronunciar ao lado do presidente do Uruguai, Luis Alberto Lacalle Pou, que negocia um acordo bilateral com a China, Lula defendeu que o Mercosul negocie em bloco com Pequim.

— Hoje o Brasil tem 33 milhões pessoas passando fome. Significa que quase tudo que fizemos de benefício social no meu país, em 13 anos de governo, foi destruído em seis anos, ou em sete anos, nos três do golpista Michel Temer, e quatro, do governo Bolsonaro — afirmou Lula.

Apesar de tratar o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff como golpe, Lula conta com o apoio do MDB de Temer a seu governo e entregou três ministérios à sigla — Planejamento, a Simone Tebet, Cidades, a Jader Filho, e Transportes, a Renan Filho.

Em Montevidéu, o presidente brasileiro tenta dissuadir Lacalle Pau de assinar o Tratado de Livre Comércio (TLC) com Pequim, que avalia poderá desequilibrar o Mercosul. Após participar da sétima cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Buenos Aires, o uruguaio afirmou que é possível que o acordo do país com a China e o Mercosul convivam juntos.

No discurso, Lula também defendeu o acordo do bloco com os chineses. O brasileiro disse concordar com as ideias defendidas por Lacalle Pou de modernização do Mercosul. O presidente brasileiro disse que, primeiro, precisaria sentar a mesa com técnicos, depois com os ministros, e, finalmente com os presidentes, para que se possa renovar aquilo que se for necessário no bloco econômico. Lula disse ser “urgente e necessário que o Mercosul” faça acordo com União Europeia.

— Tenho dito aos meus ministros nós vamos intensificar as discussões com a União Europeia e vamos firmar esse acordo para que a gente possa discutir apenas em seguida um possível acordo entre China e o Mercosul. E acho que é possível, apesar do Brasil ter na China o seu maior parceiro comercial, o Brasil ter um grande superávit com a China, nós queremos sentar enquanto Mercosul, e discutir com nossos amigos chineses, um acordo Mercosul-China.

O Globo