ONG evangélica gastou verbas dos indígenas para transportar garimpeiros

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O colunista do UOL Reinaldo Azevedo afirmou, durante o UOL News, que a crise dos yanomamis poderia ser classificada como genocídio.

Na opinião do colunista, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sabia das consequências das escolhas das políticas públicas para os indígenas. Isso é política de estado.

A política de estado do Bolsonaro contra os indígenas não começou agora, foi promessa da campanha de 2018, ele cansou de falar disso.

A atuação no combate à proteção aos indígenas vem desde sempre da sua militância: veio à luz um discurso dele, em 1998, como deputado cantando as glórias da cavalaria americana dizendo que eles atuaram direito e que exterminaram os indígenas, a nossa não, foi incompetente”.

Azevedo também afirmou que, quando “está agindo ou deixando de agir sabendo que pode provocar um determinado resultado”, isso é pode ser considerado “dolo eventual”.

Quando você permite a entrada do garimpo, quando você estimula a entrada do garimpo, quando você nomeia pessoas para cuidar dessas comunidades que não tem especialidade técnica, quando há casos escancarados de omissão e socorro a essas comunidades e quando há evidências de desvio de recursos públicos que deveriam atender esses indígenas

” Uma ONG evangélica recebeu R$ 870 milhões para cuidar da saúde indígena e ela fazia locação de mão de obra, de médicos e enfermeiros que, em tese, eram enviados para essas áreas. Então, se descobriu que parte desse dinheiro foi gasto com aviões dos garimpeiros. Aquilo que iria atender o indígena, estava atendendo garimpo, que é uma das raízes da crise recente dos yanomamis”

Não é para deixar pedra sob pedra, tem que depredar o piso, mudar todo mundo. O GSI, no governo Bolsonaro, foi tudo, menos o Gabinete de Segurança Institucional.

O trocadilho é óbvio, mas aquilo deve ser chamado Gabinete da Insegurança Institucional. A linguagem falada por Augusto Heleno no governo Bolsonaro foi igualmente golpista. O GSI nunca atuou em favor da segurança institucional”. Azevedo acredita que a “omissão” dos militares do GSI possa gerar uma bagunça permanente.

“Nunca acreditei na possibilidade de um golpe, acredito na possibilidade de uma bagunça permanente, de uma espiral para baixo no ponto de vista institucional”, disse.

“Aquilo estava lotado de golpistas que foram omissos durante a tentativa de golpe de Estado no dia 8. Tem de trocar todo mundo mesmo”.

Mariliz Pereira Jorge afirmou que a crise dos yanonamis pode ser chamada de genocídio e que Bolsonaro é o responsável por isso.

Isso não pôde ser usado durante a covid porque ‘não podemos provar que havia intuito de fazer aquilo com as pessoas’. Tivemos dezenas de milhares que morreram por conta de incompetência, indiferença e omissão. Talvez precisemos criar um nome para denominar o que aconteceu naquela época da covid”.

Nesses anos de pandemia, ficamos muito mais em cima de como definir e denominar as atitudes do governo Bolsonaro, do que sobre a truculência da ação do governo na má-gestão daquele período. Será que agora podemos chamar de genocídio?

Será que agora se encaixa dentro das definições da ONU, dos juristas e do que está tipificado?”

UOL