Pianinho, Zambelli volta a Câmara Federal

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Fernanda Trisotto/O Globo

Integrante da tropa de choque do ex-presidente Jair Bolsonaro durante o governo anterior, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) voltou à Câmara nesta terça-feira, véspera da posse em seu novo mandato, prometendo se “reorganizar” e planejando uma atuação discreta. A deputada, que queria ser líder da oposição na Casa, não deve ocupar nenhum cargo de destaque neste ano.

― Enquanto eu não tiver minhas redes sociais de volta, eu não estou conseguindo me comunicar com o meu público. Não tem porque eu me colocar (numa posição desfavorável) porque eu não tenho como me defender, não tenho uma rede social para rebater, não tenho nada. Agora é um momento para que aquietar um pouco, dar uma mergulhada, estou mais quieta ― declarou ao GLOBO nesta quarta-feira.

A deputada, porém, enfrenta resistências internas dentro do próprio PL. O GLOBO apurou que houve pedidos de correligionários para que ela não ocupasse postos de destaque neste ano na Câmara.

A avaliação, especialmente entre aliados de Bolsonaro, é de que o episódio em que ela perseguiu um homem com arma em punho no meio da rua em um bairro nobre de São Paulo contribuiu para aumentar a rejeição ao ex-presidente. Ela também discutiu com Bolsonaro em um jantar do partido, mas poucos dias depois participaram juntos de um evento militar.

Sem a liderança da oposição e também a presidência de comissões, Zambelli mira na participação de colegiados relevantes, como a de Fiscalização e Controle ou Educação, e na formação de uma frente parlamentar conservadora.

A deputada também está de volta a seu gabinete, após quase um ano de reforma naquela ala da Câmara. Ela ocupa o mesmo escritório que abrigou Bolsonaro durante suas mais de duas décadas como deputado.

Apesar de algumas mudanças, ela manteve o gabinete com boa parte das fotos que já estavam lá quando Bolsonaro era deputado. Ela conta que pediu para que a sala fosse conservada daquela maneira.

― A minha sala, querendo ou não, ela é histórica. Bolsonaro não é mais presidente, mas muita gente passou por essa sala e eu queria conservar esse ambiente histórico. Afinal, eu sou conservadora. O gabinete já tem um pouco da minha marca, o dele era mais bagunçado ― comentou.