PL de Valdemar pode lançar mulher de Bolsonaro ao Planalto

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Brenno Carvalho / Agência O Globo

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro desembarcou nesta quinta-feira em Brasília, depois de um mês de exílio voluntário em Orlando, nos Estados Unidos, com planos para entrar na política. De acordo Valdemar da Costa Neto, presidente de seu partido, o PL, “ela pode ser candidata até a presidente da República”.

Valdemar ficou impressionado com a popularidade de Michelle junto aos eleitores de direita durante a campanha e, para atraí-la para uma carreira política, prometeu dar a ela “salário de deputado” e contratar equipe que a ajude a rodar o Brasil como presidente do “PL Mulher”.

O presidente do PL aposta numa carreira política de sucesso para a ex-primeira-dama. Para que seu plano dê certo, porém, ele vai precisar de mais do que dinheiro e assessores. Vai ter de “combinar com os russos” — mais especificamente com o clã Bolsonaro.

Carlos e Renan Bolsonaro, respectivamente os filhos 02 e 04 do ex-presidente da República, são o maior foco de resistência à ascensão de Michelle na política.

Michelle nunca se deu bem com eles, que por sua vez também a detestam. E as brigas entre eles, com acusações e trocas de ofensas, estão fartamente registradas no materiqal que a dupla de enteados guarda para usar como munição, caso a madrasta realmente decida se aventurar na política.

“Se ela tentar, eles vão acabar com ela, desmoralizar como evangélica”, diz um interlocutor de ambos que conhece o conteúdo da coleção de áudios e até de vídeos supostamente desabonadores contra a primeira-dama.

Segundo esse aliado, no material Michelle diz barbaridades e fala palavrões capazes de “torrar” sua imagem junto aos evangélicos. “Uma coisa é o marido dela dizer absurdos. Ele não é evangélico e o povo sabe. O caso dela é diferente”.

Outro filho de Bolsonaro, o senador Flávio, que tem uma relação mais pacífica com Michelle, já se encarregou de informar a Valdemar do risco e conversar sobre maneiras de acomodar a situação.

O presidente do PL, por enquanto, ignora as ameaças e segue com o plano de transformar Michelle em política profissional.

O Globo