Posse de Lula foi muito mais barata que a de Bolsonaro
Cristiano Mariz/Agência O Globo
Com um público estimado em 300 mil pessoas, a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 1º de janeiro, custou R$ 627,9 mil aos cofres públicos. Esse gasto é menor do que na posse de Jair Bolsonaro, em 2019, que custou R$ 859,1 mil. Com a correção pela inflação, a posse de Bolsonaro custaria R$ 1,09 milhão, valor 42% menor. Há quatro anos, o público foi estimado em 115 mil.
Os dados da posse de Lula correspondem apenas à cerimônia oficial, e não incluem o Festival do Futuro, como foi batizado o conjunto de apresentações de artistas apoiadores. Esses shows não foram pagos com recursos da Presidência.
Os gastos foram com a cerimônia deste ano foram informados ao GLOBO pela Secretaria-Geral da Presidência, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI). As despesas ocorreram dentro de um contrato que o governo federal já tem desde o ano passado para a realização de eventos.
Sonorização e painéis de LED
Na posse de Lula, o principal gasto foi com o serviço de sonorização: foram R$ 194,1 mil nessa rubrica. A segunda maior despesa foi com painéis de LED, que foram espalhdos pela Esplanada dos Ministérios. Foram alugados 185 painéis, por três dias, ao custo de R$ 142,2 mil.
Outro gasto com a posse foi de R$ 50,4 mil em pisos e R$ 36,4 mil em “box truss” (estruturas metálicas utilizadas em eventos). Ainda foram alugados geradores, tendas, arranjos de flores e monitores de televisão, entre outros itens.
Para atender pedidos do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), de acordo com os dados, foram gastos R$ 54,1 mil, principalmente com 1.000 alambrados (que custaram R$ 30 mil).
Diárias longas
Um diferencial que aumentou os custos da posse de Bolsonaro foi que os equipamentos foram alugados por mais tempo. Na cerimônia deste ano, as diárias foram de até três dias. Em 2019, alguns materiais ficaram disponíveis por até nove dias.
A quantidade de alguns dos equipamentos também foi maior. Foram alugados, por exemplo, 1.165 box truss (contra 640 neste ano), ao custo de R$ 162 mil.