Terrorista preso diz que polícia facilitou ataque
Foto: Patrik Camporez / O Globo
Um dos presos no último domingo por suspeita de invasão aos prédios dos Três Poderes relatou em depoimento à Polícia Civil que teve “trânsito livre” no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal (STF), sem a intervenção de nenhum policial. Ele diz que chegou à Praça dos Três Poderes pouco depois da invasão dos prédios do Palácio do Planalto, Congresso e STF, quando o cenário era de caos.
O relato de Fabiano André da Silva, 50, morador de Minas Gerais que se deslocou a Brasília no final de semana para participar das manifestações, apresenta mais elementos para a investigação das suspeitas de omissão da Polícia Militar do Distrito Federal no episódio. Ele conta que estava no acampamento do quartel-general do Exército, mas se deslocou à Esplanada dos Ministérios meia hora depois da saída dos manifestantes do QG. Por isso, ao chegar lá, viu que o acesso ao Congresso já estava rompido.
“Tanto a sua ida até o Congresso Nacional, quanto ao STF, não foi impedida por nenhum policial”, contou. Prosseguiu no depoimento: “Teve trânsito livre nesses dois prédios”.
Fabiano afirma que, depois, foi em direção ao Palácio do Planalto e viu a Cavalaria do Exército no local.
“Ao aproximar-se do prédio, o declarante observou que a cavalaria do Exército havia subido a rampa de acesso principal e logo em seguida recuado, tendo ido embora. Diante disso, o declarante pensou que a situação estava controlada e como não conhecia o interior do Palácio, resolveu nele adentrar. Que o declarante subiu a rampa e no hall inferior também viu as instalações bastante vandalizadas, com os vidros quebrados e cadeiras também fora de lugar”, contou à Polícia Civil.
Ele foi preso em flagrante pela Polícia Militar do DF quando estava dentro do Planalto, mas diz que não realizou nenhum ato de vandalismo no local. Fabiano está na lista dos presos encaminhados à Penitenciária da Papuda sob acusação de crimes contra a democracia.