Aras e sua inspiração em Demóstenes

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Foto: Reprodução/TV Justiça

Um velho senador da República foi resgatado na cerimônia que marcou nesta terça-feira, 1º, a volta dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ao plenário depois que o edifício foi vandalizado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Demóstenes Torres foi citado no discurso do procurador-geral da República Augusto Aras. A menção chamou a atenção dos convidados que acompanhavam a solenidade.

O então senador teve o mandato cassado em 2012, em meio a acusações de uso do cargo para atender a interesses do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Ele sempre negou ligações contra o contraventor.

Demóstenes Torres é hoje o advogado do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, preso preventivamente por ordem do STF na investigação sobre os atos golpistas de 8 de janeiro.

Aras chamou o ex-senador de um ‘homem erudito’ e citou um artigo escrito por ele e publicado no portal Poder 360 sobre o período da cassação. No texto, Demóstenes fez um desabafo sobre momentos difíceis que viveu na época em que foi citado por suposta ligação com o contraventor: “Apesar de ter sido a vítima pioneira de campanha acirrada de fake news no Brasil, jamais fui sequer acusado de lidar criminosamente com dinheiro público e continuo sendo o político mais votado do meu Estado, 2.158.812 votos.”

O mote do texto, intitulado ‘Janja, a luz de Lula quando a festa acabou’, é a valorização de amigos e companheiros que permanecem ao nosso lado em momentos difíceis. O artigo cita como exemplo a relação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da primeira-dama Rosângela Silva.

“Não posso deixar de dizer que hoje li, de manhã cedo, um artigo do ex-senador Demóstenes Torres, falando, basicamente, que na hora da batalha não importa o que vai acontecer, mas quem está ao nosso lado na trincheira”, disse Aras.

“Sua excelência o ex-senador Demóstenes Torres, ex-procurador-geral de Justiça, um homem erudito, declara o seu amor à sua companheira e toma por exemplo, também, a senhora Rosângela Silva, prestando uma homenagem ao companheirismo também de sua excelência nos momentos mais difíceis de todos. Que todos nós tenhamos companheiras e companheiros, de acordo com a orientação de cada um, que na hora da batalha, do fogo, das dores, não importa o resultado, o que importa é quem está do nosso lado na mesma trincheira”, concluiu o procurador-geral.

Estadão