Forças de segurança do DF estavam em conluio com golpe

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Ricardo Stuckert/Presidência da República

Lula está nos Estados Unidos para encontro com o presidente norte-americano Joe Biden. Antes, concedeu entrevista à emissora CNN

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (10/2) que todas as forças responsáveis pela segurança do Distrito Federal em 8/1, data da invasão às sedes dos Três Poderes, estavam “comprometidas com o golpe”.

“Eu posso garantir que a impressão que eu tenho é que todas as forças que tinham que cuidar da segurança de Brasília estavam comprometidas com o golpe. Todas as forças. Inclusive, nós tivemos que fazer uma intervenção no estado de Brasília, no governador, na segurança de Brasília, colocamos um interventor para colocar ordem na casa”, ressaltou o chefe do Executivo brasileiro.

A declaração foi dada em entrevista à emissora CNN, durante viagem de Lula aos Estados Unidos para um encontro com o presidente norte-americano Joe Biden.

Imagens da data dos atos antidemocráticos mostram policiais observando os manifestantes depredarem o patrimônio público e até tirando fotos das cenas de vandalismo. Em filmagens de dentro do Congresso Nacional, alguns agentes aparecem conversando calmamente com golpistas enquanto o local é destruído.

Mensagens obtidas pelo Metrópoles também revelam que houve diversos alertas nos dias anteriores aos atos antidemocráticos de que havia o perigo de invasão do Supremo Tribunal Federal (STF), Congresso Nacional e Palácio do Planalto. Os alertas, no entanto, não resultaram em um apoio policial capaz de conter as ameaças. O prejuízo estimado pela destruição das sedes dos Três Poderes é de, pelo menos, R$ 20,7 milhões.

No mesmo dia dos ataques, Lula definiu o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Ricardo Cappelli como interventor. Durante o período em que esteve na chefia, ele trocou comandos da Secretaria de Segurança Pública e liderou a operação responsável por prender os vândalos que estavam na Praça dos Três Poderes e no acampamento bolsonarista no QG do Exército em Brasília.

Exército investigado
A Procuradoria de Justiça Militar em Brasília tem seis processos em aberto para apurar o envolvimento de militares nos próprios atos terroristas. Conforme o Ministério Público Militar (MPM), as investigações estão divididas da seguinte forma:

  • quatro processos apuram o envolvimento direto de profissionais das Forças Armadas;
  • um apura a atuação do Batalhão de Guarda Presidencial (BGP) e do 1º Regimento de Cavalaria de Guarda (1º RCG), que são responsáveis pela segurança do Palácio do Planalto;
  • um apura uma possível ajuda de militares na fuga de extremistas.

Além destes processos, foi instaurado um procedimento administrativo no âmbito da Procuradoria para obter informações sobre possíveis condutas irregulares de militares durante as invasões.

Metrópoles