Marinho, o último trunfo bolsonarista contra o STF

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Rogério Marinho — Foto: Denio Simões/Valor

Candidato do PL à Presidência do Senado, o senador Rogério Marinho (RN) tentou minimizar nesta quarta-feira (1º) novas declarações do ex-presidente Jair Bolsonaro sobre o mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sobre os atos golpistas de 8 de janeiro.

A respeito de seus objetivos, caso seja eleito para comandar a Casa pelos próximos dois anos, o senador afirmou que terá relação institucional com o governo petista e que seu objetivo é “fortalecer” o Senado.

Nessa terça-feira (31), Bolsonaro disse que a nova gestão petista “não vai durar muito tempo” e ainda defendeu que houve injustiça nos processos contra seus apoiadores envolvidos nos ataques do início do mês.

Sobre isso, Marinho contemporizou.

“A opinião das pessoas precisa ser respeitada. Se houver excesso, elas podem ser contraditadas, podem ser refutadas da mesma forma, através do diálogo, do debate. O que não suportamos é a censura, o arbítrio”, disse.

O senador do Rio Grande do Norte afirmou também que, se vencer a disputa contra o atual presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pretende ter uma relação “institucional” com Lula, mas acrescentou que seu objetivo é acabar com uma suposta postura de submissão do Senado a outros poderes.

“[Minha relação com Lula] será institucional, de respeito, e os poderes precisam conversar sem subalternidades. Nosso papel é garantir que os projetos do governo tenham o devido andamento. Temos que fortalecer a Casa porque isso significa fortalecer a democracia. Não interessa ao povo brasileiro que os poderes estejam desequilibrados. Ao mesmo tempo, garantir a pluralidade da democracia no Senado”, defendeu.

Por fim, Marinho fez um ataque indireto ao presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre, que é braço direito de Pacheco.

“A principal comissão da Casa, que é a Comissão de Constituição e Justiça, só se reuniu seis vezes em 2022.. Nós não iremos permitir esse tipo de procrastinação”, afirmou.

“Nós estamos muito confiantes que vamos vencer as eleições, há um sentimento na Casa de que o Senado permitiu uma hipertrofia de um poder sobre o outro nos últimos quatro anos e o Senado perdeu relevância.

É necessário alternância para que haja o restabelecimento da normalidade, para que se restabeleça um Senado altivo, independente”, concluiu.

Valor