MPF-RJ investiga ministra do Turismo por irregularidades de campanha
Foto: Wilton Júnior/Estadão
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) vai investigar se a ministra do Turismo, Daniela Carneiro (União-RJ), desviou verbas do fundo de campanha. O procedimento é preliminar e antecede a abertura de um inquérito formal.
O procedimento foi aberto a partir de uma notícia-crime apresentada pelo deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), que foi coordenador da extinta Operação Lava Jato.
A representação é baseada em uma reportagem do Portal Metrópoles que apontou gastos de R$ 1 milhão em gráficas ‘fantasmas’ durante a campanha do ano passado.
“Há uma hipótese muito grave a ser investigada: a de que a ministra desviou dinheiro público por meio de gráficas fantasmas, efetuando pagamentos que retornaram para si mesma por meio de estratégias de lavagem de dinheiro”, argumentou o deputado na notícia-crime enviada ao MP.
Em nota, Dallagnol disse que a abertura do procedimento é um passo ‘importante’ para esclarecer os fatos.
A investigação preliminar vai tramitar na 2.ª Promotoria do Núcleo de Investigação Penal de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O procedimento ainda pode ser redistribuído se ficar entendido que o foro privilegiado da ministra vale para o caso, o que atrairia a competência da Justiça Federal, ou se as autoridades concluírem que a atribuição para processar a apuração é da esfera eleitoral.
COM A PALAVRA, A MINISTRA
“O agora deputado federal Deltan Dallagnol parece ter importado o mesmo modus operandi questionável de sua atuação como promotor ao tentar atribuir culpa a inocentes com base apenas em hipóteses, uma vez que todas as contas de campanha foram aprovadas pelo TRE. A ministra acredita na Justiça e que os fatos serão esclarecidos com a maior brevidade possível.
Cabe informar que as gráficas contratadas entregaram todos os materiais de campanha demandados e os mesmos foram retirados nos parques gráficos indicados pelas empresas: Printing Midia, situada na Zona da Leopoldina, e Rubra Gráfica, que terceiriza parte de sua produção na empresa Lastro, em São Cristóvão. A divergência cadastral das gráficas junto à Receita não é de responsabilidade da ministra.”