Protesto contra Lula nos EUA teve 1 membro
Em transmissão nas redes sociais, Alessandro Boneares e outros apoiadores de Jair Bolsonaro xingaram o presidente e manifestantes pró-Lula antes de encontro com Joe Biden na Casa Branca
Antes do encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente americano Joe Biden nesta sexta-feira, alguns brasileiros se reuniram em frente à Blair House, onde o mandatário ficou hospedado em Washington. Entre os presentes estavam apoiadores de Lula e um bolsonarista que frequentemente acompanha aparições de Bolsonaro e figuras públicas brasileiras nos EUA.
Enquanto brasileiros pró-Lula carregavam cartazes com mensagens de apoio ao chefe do Executivo e toalhas com a foto do presidente, o homem que se identifica como Alessandro Lucio Boneares nas redes entoava gritos de ‘Lula ladrão’ no local, em provocação aos manifestantes a favor do governo.
Morador de Nova Jersey, Alessandro também fez parte do grupo de bolsonaristas que perseguiram e hostilizaram ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em Nova York em novembro de 2022. Na ocasião, alguns dos manifestantes exibiam cartazes golpistas, fazendo referência às Forças Armadas e contestando o resultado das eleições, mesmo após relatório do Ministério da Defesa “não apontar a existência de nenhuma fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022”. O eleitor do ex-presidente também esteve em um evento de homenagem a Jair Bolsonaro em Orlando no dia 31 de janeiro.
Compartilhando a transmissão com Alex — como Alessandro é chamado pelos colegas de militância — estava Juliana Siqueira, uma influenciadora de direita que teve seu perfil no Instagram derrubado após decisão do ministro Alexandre de Moraes. Apesar de também residir nos EUA, Juliana compartilhou em suas redes imagens e perfis de agitadores dos atos golpistas de 8 de janeiro em Brasília e incentivou a ação de invasores. A bolsonarista também perseguiu e hostilizou ministros do STF em Nova York, na companhia de Alessandro e de Allan dos Santos, blogueiro foragido da Justiça brasileira que vive nos Estados Unidos.
Enquanto acompanhava a situação no local pela live do colega, Juliana chamou os lulistas de “povo nojento”. Enquanto aguardavam a saída de Lula para a Casa Branca, Juliana disse:
— Ah como eu queria estar aí. Eu pegava esse homem pelo pescoço e arrancava outro dedo dele. Bandido! — Inelegível, bandido, roubou as eleições. O nosso presidente que eu reconheço é Bolsonaro — afirmou a influenciadora em seguida.
Frustrada por não estar em Washington com o amigo, Juliana justificou que tem viagem marcada na madrugada. A influenciadora disse que estará presente no evento do qual Bolsonaro participará neste sábado em Boca Raton, na Flórida.
— Se não fosse a minha viagem, eu estaria aí também. Mas eu vou estar com o nosso presidente, que ganhou as eleições e foi roubado — ressaltou a influenciadora. A narrativa de que as eleições brasileiras tenham sido fraudadas para permitir a vitória de Lula foi uma das motivadoras para os atos de 8 de janeiro, que culminaram na invasão e depredação das sedes dos três Poderes. No entanto, não há nenhuma evidência de que tais irregularidades tenham ocorrido.