Anonimato na internet

Destaque, Todos os posts, Últimas notícias

 

Eduardo Guimarães

Lá por 2008, apavorado com o nível de delinquência na internet, escrevi que os consensos sobre “liberdade” nas redes eram distorcidos e poderiam gerar o que todos veem hoje, hordas digitais que cometem todo tipo de crimes, inclusive o de golpe de Estado.

Há 15 anos, porém, esse foi o meu primeiro embate com setores da esquerda que se enganaram sobre uma quantidade inacreditável de coisas, como junho de 2013 ou o anonimato na internet.

Claro que, hoje, o anonimato nem é mais o problema. O problema é o que o anonimato fez no passado: instigou as pessoas a acharem que na internet tudo vale, tudo pode, ao ponto de uma onda de desinformação ter se transformado num tsunami que engolfa o mundo.

Há 15 anos, vi ocorrer um ensaio da cultura do cancelamento porque ousei dizer que o liberticídio pregado para a internet acabaria fazendo brotar o que de pior havia nesta sociedade.

Lembro-me de que quando falaram em prender petistas no julgamento do mensalão, a impunidade fazia uma horda de extremistas de direita transformarem minha filha com paralisia cerebral no alvo que miravam ao me atacarem.

Não poderia dar certo. O libertismo dizia que quem agisse errado na internet enfrentaria as leis normais; hoje, está claro que eu tive uma visão do futuro e os liberticidas cheios de razão e arrogância não alcançavam ter.

Hoje, a libertinagem na internet se transformou na principal arma da extrema-direita, do neonazismo que prolifera em nossa sociedade valendo-se, justamente, da dificuldade de identificar e manter algum nível de fiscalização de crimes que as leis comuns nunca deram e tampouco darão conta de combater.

Redação