Moro e Contarato se enfrentam no Senado

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Os senadores Sergio Moro (União-PR) e Fabiano Contarato (PT-ES) trocaram insultos- Foto: Pedro França/Agência Senado

Os senadores Sergio Moro (União-PR) e Fabiano Contarato (PT-ES) trocaram insultos nesta quarta-feira durante uma votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O embate começou quando Contarato criticou um projeto de lei que proíbe a contratação de pessoas condenadas por crimes hediondos. Durante o discurso, o petista começou a falar da atuação de Moro quando era juiz da operação Lava Jato.

— Não soube se portar como juiz, violou o princípio da paridade de armas, violou o contraditório e ampla defesa, violou o que é mais sagrado dentro do processo penal, os fins não justificam os meios. Não satisfeito, integrou o Ministério da Justiça e saiu denunciando interferência da Polícia Federal – declarou o senador do PT.

Em resposta, Moro começou a falar sobre os governos do PT na Presidência. O senador foi o responsável por emitir a sentença que deixou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva preso em 2018.

– Eu não vim aqui discutir Operação Lava-Jato. Agora eu repudio as palavras ofensivas contra a minha pessoa. Não vou falar aqui do roubo da Petrobras de R$ 6 bilhões nos governos do PT, o seu partido, não vou falar aqui que a condenação do presidente da República foi feita não só por mim, mas por três juízes em Porto Alegre, por cinco juízes no STJ e a anulação depois foi por motivos formais, ninguém declarou o presidente inocente – declarou o parlamentar.

Não é a primeira vez que Moro discute com um aliado de Lula durante os trabalhos do Senado. No dia 15 de março, o ex-juiz entrou em confronto com o senador Rogério Carvalho (PT-SE). O petista disse que Moro teve “uma atuação criminosa” na Lava Jato e Moro rebateu afirmando que o PT foi protagonista de casos de corrupção.

O projeto de lei defendido por Moro e criticado por Contarato foi aprovado pela CCJ nesta quarta. O texto é de autoria dos senador bolsonarista Marcos do Via (Podemos-ES) e é relatado pelo senador Esperidião Amin (PP-SC).

– Quando coloca aqui todos os crimes contra a administração pública, uma pessoa que um policial achar que você está resistindo a prisão dele ou desacato, e ela for condenada por um desacato não vai poder concorrer? Se for em segunda instância não vai se exigir o trânsito em julgado em definitivo? – criticou Contarato.

O Globo