Oposição a Tarcísio pede CPI de Paraisópolis na Alesp

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Representantes do PT informaram que pedirão à Mesa Diretora da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) que avalie à possibilidade do pedido de CPI relacionada ao tiroteio durante a campanha em Paraisópolis seja analisado “com preferência”.

O que aconteceu.

  • O deputado Eduardo Suplicy (PT) tentou furar a fila para registrar um pedido de CPI na Alesp. Ele levou o Estatuto do Idoso e alegou que deveria ser atendido com prioridade, com base na legislação federal –que está acima das regras do Estado, de acordo com ele.
  • Houve bate-boca e confusão. Por fim, a oposição não conseguiu registrar nenhum pedido entre os primeiros dessa vez –o que reduz as chances das comissões propostas pelo grupo saírem do papel.
  • No plenário, deputados brincavam entre si por conta da situação. “Bem que eu estava achando tudo muito tranquilo, queria descobrir o que vocês [oposição] iam aprontar”, disse um deles, apoiador do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
  • Cada deputado ou assessor levou cerca de um minuto para protocolar seu requerimento. Além de pedidos de CPI, foram registrados projetos de lei e solicitações para criação de frentes parlamentares. Ao todo, 72 senhas foram distribuídas e 23, canceladas –pelo menos.
  • Aliados de Tarcísio que integravam a oposição na legislatura anterior comentavam a “ironia” de ver membros de partidos como o PT no mesmo papel que eles desempenharam quatro anos atrás. À época, deputados como Janaína Paschoal (então no PSL) não conseguiram registrar pedidos de abertura de CPI.
  • Pelas regras da Alesp, apenas cinco CPIs podem funcionar ao mesmo tempo. Sem conseguir protocolar um pedido, o PT decidiu procurar a Mesa Diretora para negociar a instalação da comissão sobre o tiroteio que deixou um morto durante evento de campanha de Tarcísio na comunidade de Paraisópolis, zona sul da capital.

Passo a passo da confusão:

  • Às 8h53 –antes do horário previsto para os registros–, já era possível ouvir gritos de “abre a mesa” no corredor que dá acesso ao plenário da Casa.
  • Aliados do governador gritavam “não vai furar a fila não”. Houve até quem berrasse “não vai ter golpe”.
  • Às 9h, um policial militar disse que o registro não começaria enquanto a situação não se acalmasse –o que revoltou ainda mais os presentes. Quando o deputado Gilmaci Santos (Republicanos) informou que a ordem seguida seria a das senhas distribuídas, houve comemoração.
  • Só por volta de 9h15 Thiago Auricchio (PL) conseguiu registrar o pedido de abertura de uma CPI. Ele estava com a senha número 1 e seus representantes estavam na fila desde a madrugada de segunda (20) para terça-feira (21).
  • O PT já havia solicitado à Justiça na noite de quinta (23) a suspensão do registro manual de pedidos de CPI. Sem retorno até a manhã de hoje, o documento questiona o fato da fila para protocolar comissões ter sido formada antes da Casa ter comunicado oficialmente como os requerimentos seriam cadastrados neste começo de legislatura — o que favoreceu a situação.

Quais foram os 5 primeiros pedidos de CPI registrados.

1- Apurar denúncias de problemas técnicos recorrentes na prestação de serviço de energia elétrica pela concessionária Enel na região metropolitana de São Paulo (Thiago Auricchio, do PL)

2- Apurar golpes envolvendo fraudes tanto por meio de transferências via Pix quanto por clonagem de cartões de crédito e de débito (Itamar Borges, do MDB)

3- Apurar a conduta de tratamento realizado no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) para fazer a transição de gênero em crianças e adolescentes (Carlos Cezar, do PL)

4- Apurar quais políticas públicas estão sendo promovidas e quais deveriam ter sido realizadas em relação a deslizamentos de terra em encostas e morros no Estado (Fabiana Barroso, do PL)

5- Apurar a “epidemia de crack” na capital paulista, mas também em outras cidades do Estado (Paulo Correia Júnior, do PSD)

Agora, eles serão analisados e, caso tenham o número de assinaturas suficiente e sejam aprovados em plenário, darão origem a comissões.

UOL