CPMI pode ter primeiro transgênero da história

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Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

A escalação dos partidos para compor a Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPMI) dos Atos do 8 de janeiro reforça o cenário de polarização no Legislativo, com ex-ministra, filhos de Jair Bolsonaro e uma das primeiras deputadas trans da história do Congresso no banco dos titulares. A abertura do colegiado foi lida nesta quarta-feira, e a previsão é que os trabalhos tenham início na próxima semana.

Até lá, os líderes partidários devem indicar seus representantes, de acordo com a regra da proporcionalidade. Serão 16 deputados e 16 senadores.

O PDT, partido que compõe a base do governo, decidiu indicar a deputada Duda Salabert (MG). Ela foi eleita com mais de 208 mil votos e está em seu primeiro mandato. Salabert e Erika Hilton (PSOL-SP), também eleita em 2022, são as primeiras deputadas trans da história do Congresso brasileiro. Hilton também está na disputa interna do PSOL para ser a indicada.

Salabert deverá protagonizar embates com a oposição, que terá entre seus integrantes a ex-ministra do Direitos Humanos e da Mulher Damares Alves (Republicanos-DF) e os filhos de Jair Bolsonaro, o senador Flavio (Republicanos-RJ) e o deputado Eduardo (PL-SP). Ainda do lado da oposição, o senador Sergio Moro (União-PR) tem pleiteado ao partido participar da CPMI, mas a decisão ainda não foi tomada.

Aliado do ministro da Casa Civil Rui Costa, o deputado federal Paulo Magalhães (PSD-BA) é o principal cotado para assumir a vaga de direito do PSD. Outro nome do Nordeste, o deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) também pode compor a escalação. O nome dele é, inclusive, cogitado para a presidência da CPMI, embora o de Arthur Maia (União-BA) seja o mais forte para assumir a função.

Já o MDB na Câmara ainda não bateu o martelo e está decidindo entre Emanuel Pinheiro Neto (MG), vice-líder do governo Lula na Câmara, e Rafael Neto (AL).

— A composição da CPMI está sendo negociada entre os presidentes do Senado e da Câmara. O MDB terá 2 vagas e deverá se reunir para deliberar sobre as indicações. Nossa expectativa é que ela possa esclarecer quem financiou essa tentativa de golpe, um verdadeiro ataque à democracia brasileira e aos três Poderes da República — afirmou o senador Eduardo Braga (AM).

Enquanto isso, o partido do presidente da República, o PT, segue em uma disputa interna para definir o seu escolhido. Na Câmara, onde o partido de Luiz Inácio Lula da Silva terá direito a duas vagas, Lindbergh Farias (RJ), Rubens Pereira Junior (MA) e Rogério Correia (MG) disputam os postos.

Dois deles serão escolhidos titulares, enquanto caberá a um terceiro a suplência. A segunda suplência da Câmara caberá a um indicado pelo PCdoB, partido que compõe junto com o PV a federação capitaneada pelos petistas. Governistas dão como certa a participação de Jandira Feghalli (RJ) nesta vaga.

Veja a distribuição prevista para cada partido com seus cotados até o momento:

Câmara
PL: 3 vagas — Eduardo Bolsonaro (SP); Alexandre Ramagem (RJ) e André Fernandes (CE)
PT- PCdoB-PV: 2 vagas — Lindbergh Farias (RJ), Rubens Pereira Junior (MA) e Rogério Correia (MG)
PSOL-Rede: 1 vaga — Erika Hilton (SP), Chico Alencar (RJ), Tarcísio Motta (RJ)
União Brasil: 1 vaga — Arthur Maia (BA)
PP: 1 vaga — André Fufuca (AL)
PSDB-Cidadania: 1 vaga — sem definição
PDT: 1 vaga — Duda Salabert (MG)
MDB: 1 vaga — Emanuel Pinheiro Neto (MT) e Rafael Neto (AL)
PSD: 1 — Paulo Magalhães (BA)
Republicanos: 1 vaga — Silvio Costa Filho (PE)
PSB, Avante, Solidariedade, Patriota, Podemos e Novo — entram no sistema de rodízio
Senado
MDB: 2 vagas — Renan Calheiros (AL), Eduardo Braga (AM)
União Brasil: 2 vagas — Sergio Moro (PR)
Podemos: 1 vaga — sem definição
PSDB: 1 vaga — sem definição
PSD: 2 vagas — Eliziane Gama (MA), Omar Aziz (AM) e Otto Alencar (BA)
PT: 1 vaga — Fabiano Contarato (ES) e Humberto Costa (PE)
PSB: 1 vaga — sem definição
PL: 3 vagas — Flavio Bolsonaro (RJ), Jorge Seif (SC), Magno Malta (DF)
PP: 1 vaga — Esperidião Amin (SC)
Republicanos: 2 vagas — Damares (DF), Cleitinho (RJ) e Hamilton Mourão (RS)
PDT, Rede e Novo: entram no sistema de rodízio — Eduardo Girão (Novo-CE)

O Globo