Lewandowski pode ir trabalhar na CNI
O ministro Ricardo Lewandowski – Foto: Nelson Jr./STF
Antes mesmo de deixar o Supremo Tribunal Federal oficialmente, na próxima terça-feira (11), o ministro Ricardo Lewandowski já está com seu futuro garantido.
Lewandowski será convidado na semana que vem pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, para presidir um conselho jurídico que a entidade está criando para debater temas como reforma tributária, leis trabalhistas, desburocratização política industrial e outros assuntos de interesse da entidade.
A interlocutores, o ministro já confirmou que aceitará a missão. Até mesmo Lula já foi comunicado a respeito e deu aval.
O ministro ainda sinalizou nos bastidores que quer atuar como uma espécie de consultor jurídico, elaborando pareceres em casos que param na Justiça.
A confederação empresarial é uma das entidades com legitimidade para propor ações judiciais perante o STF, e divulga anualmente a sua posição sobre diversos temas.
Nos primeiros meses de governo, a CNI e o Palácio do Planalto tiveram uma disputa nos bastidores em torno do controle do Sebrae, a entidade de apoio à micro e pequena empresa.
Aliados Lula queria tirar do cargo o presidente da entidade, Carlos Melles, eleito com o apoio da CNI em novembro passado, quando o resultado da eleição presidencial já era conhecido.
Depois de meses de disputa, Melles cedeu e renunciou no final de março.
A renúncia representou uma vitória de Paulo Okamotto, ex-dirigente da entidade e amigo de Lula que operava para viabilizar a destituição de toda a diretoria.
Ao final, porém, produziu-se um acordo com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pelo qual permaneceram na diretoria Bruno Quick e Margarete Coelho.
A aproximação com Lewandowski pode ajudar também a aparar as arestas com o governo Lula, herança dessa disputa e dos anos Bolsonaro.