Moro se diz “afastado” de juiz-sócio que mandou prender Tacla Duran

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O senador Sergio Moro – Foto: Cristiano Mariz

O posicionamento do senador Sergio Moro (União-PR) sobre sua relação com o desembargador do Tribunal Regional Federal da 4a Região (TRF-4) Marcelo Malucelli causou mal-estar e críticas entre os membros da corte.

Isso porque a assessoria de imprensa de Moro se limitou a dizer que o senador e a deputada Rosangela Moro estão “afastados das atividades do escritório” de advocacia no qual são sócios de João Eduardo Malucelli, filho do desembargador do TRF-4.

A relação veio à tona depois que foi divulgada a informação de que o desembargador Marcelo Malucelli teria restabelecido a prisão do operador financeiro da Odebrecht, Rodrigo Tacla Duran. Como informou a coluna, nesta sexta-feira, Malucelli enviou um ofício ao Supremo Tribunal Federal (STF) no qual informou que não determinou a prisão de Tacla Duran.

Na avaliação de colegas de Malucelli no TRF-4, Moro deveria ter assumido a sociedade com o filho do desembargador e destacado que, apesar disso, não mantém relacionamento com o juiz a ponto de influenciar em qualquer decisão. Os desembargadores esperavam uma manifestação de Moro em defesa da independência e seriedade de Malucelli, o que não aconteceu.

A avaliação foi a de que Moro “tirou o corpo fora” sem esclarecer que Malucelli é um juiz que não se deixa levar por relações que mantenha fora do processo.

Malucelli é respeitado entre seus colegas da corte por ser discreto. Segundo os membros do TRF-4, ele sai pouco de seu gabinete, não se envolve em disputas e debates políticos, não é punitivista e não esteve envolvido com a Lava-Jato.

No mês passado, ao prestar depoimento ao juiz Eduardo Appio, novo responsável pela 13ª Vara Federal de Curitiba, Tacla Duran afirmou ter sido vítima de um suposto esquema de extorsão envolvendo Moro e mencionou o ex-procurador Deltan Dallagnol. Por decisão do ministro recém-aposentado Ricardo Lewandowski, o caso deve ser analisado no STF.

O Globo