PRF fiscaliziou 2 mil ônibus no Nordeste e 571 no Sudeste

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Um relatório do Ministério da Justiça entregue à Controladoria Geral da União (CGU) mostra que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) fiscalizou 2.185 ônibus no Nordeste, onde Lula (PT) era favorito, contra 571 no Sudeste, entre 28 e 30 de outubro, vésperas e dia do 2º turno das eleições de 2022.

Veja os números:

Fiscalizações de ônibus nas eleições

Região Ônibus /  fiscalizados /  Ônibus retidos

Centro-Oeste /893/8
Nordeste/2185/48
Norte/310/5
Sudeste/571/9
Sul/632/4
Total/4591/74

Fonte: Ministério da Justiça

À época, o Ministério da Justiça – ao qual a PRF está subordinada – era comandado pelo bolsonarista Anderson Torres, que está preso suspeito preventivamente por conta de sua atuação durante os atos terroristas de 8 de janeiro, quando extremistas invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília.

Na ponta da operação de fiscalização e debaixo do guarda-chuva de Torres estava o também bolsonarista Silvinei Vasques, então diretor-geral da PRF, que um dia antes do 2º turno declarou voto em Bolsonaro.

A corregedoria do órgão, inclusive, desarquivou as investigações sobre a atuação da corporação no 2º turno as eleições, e a nova apuração pode levar à cassação da aposentadoria de Vasques.

A seis dias do segundo turno, uma pesquisa do Ipec mostrava Lula (PT) liderando entre os eleitores no Nordeste, com 67%, enquanto Bolsonaro (PL) se destacava entre moradores do Sudeste (com 49%). Lula estava na frente em todos os estados nordestinos onde haveria segundo turno: Alagoas, Bahia, Paraíba, Pernambuco e Sergipe.

Bahia

A maior vantagem de Lula era na Bahia. A Polícia Federal apura uma viagem de Torres ao estado, às vésperas do segundo turno, sob pretexto de reforçar o contingente PF no estado contra supostos crimes eleitorais.

Na ocasião, Torres pediu pessoalmente à superintendência da PF da Bahia que atuasse em conjunto com PRF, que, como é praxe, deveria fazer a fiscalização comum de rodovias. Mas, segundo investigadores ouvidos pelo blog, estava pautada para interromper o fluxo de eleitores na região a fim de prejudicar a eleição de Lula.

Mapeamento de cidades

A equipe do ex-ministro promoveu o encontro, segundo fontes do blog, com base em um mapeamento de cidades em que o efetivo policial deveria ser reforçado – cidades, por exemplo, nas quais Lula havia sido o candidato mais votado no primeiro turno

O ex-ministro da Justiça é alvo das investigações do STF por suspeita de omissão sobre os ataques terroristas de bolsonaristas radicais de 8 de janeiro em Brasília e está preso desde 14 de janeiro.

G1