Tacla Duran denuncia que MP-PR pressiona justiça espanhola

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Foto: Reprodução

Em requerimento enviado na manhã de hoje à 13ª Vara Federal de Curitiba, o advogado Rodrigo Tacla Duran, que reside na Espanha, pede que seja adiado o depoimento presencial que estava previsto para esta semana ao juiz Eduardo Appio, que cuida de casos ligados à operação Lava Jato. Segundo o documento, as autoridades espanholas não deram andamento aos trâmites burocráticos necessários para que ele tenha salvo conduto e outras garantias previstas em tratado internacional, o que garantiria que ele não seja preso quando desembarcar no Brasil. No texto, Tacla Duran reclama de interferência legal do Ministério Público Federal do Paraná (MPF-PR), que, conforme diz, tem mantido contatos ilegais e fora dos meios oficiais com a procuradora espanhola responsável pela tramitação do pedido, descumprindo decisão do Supremo Tribunal Federal. Este seria o motivo dos entraves burocráticos.

O pedido para a concessão de garantias que possibilitariam a viagem do advogado foi feito pelo Ministério da Justiça do Brasil à autoridade similar na Espanha no dia 10 de abril e até agora não foi atendido. A audiência presencial de Tacla Duran deveria ter ocorrido na semana passada. A intenção do juiz Appio era remarcar o depoimento para os próximos dias, mas com o pedido de adiamento terá que mudar os planos. Tacla Duran, que é acusado por integrantes da Lava Jato de ter praticado lavagem de dinheiro, prestou depoimento pela primeira vez à Lava Jato somente no dia 27 de março, por meio remoto. Ele contou ter sido procurado em 2016 por Carlos Zucolotto Júnior, que era sócio de Rosângela Moro, mulher do ex-juiz da Lava Jato, com o oferecimento de um acordo para colaboração premiada. A barganha iegal teria a concordância de “DD” (iniciais que seriam de Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa do Ministério Público à época). Segundo Tacla Duran, ele teria que pagar US$ 5 milhões “por fora”. Por envolver em um caso de extorsão e venda de decisão judicial tanto Moro quanto Dallagnol, respectivamente senador e deputado, o caso foi remetido para o Supremo Tribunal Federal. A expectativa é que em um próximo depoimento, desta vez presencial, ele possa citar nomes que não dispõem de foro privilegiado. A coluna entrou em contato com o MPF-PR sobre as acusações feitas por Tacla Duran e assim que houver resposta será publicada aqui.

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