Tacla Duran vem ao Brasil acusar Moro e Dallagnol

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O advogado Rodrigo Tacla Duran, durante depoimento em Curitiba nesta segunda-feira (Reprodução/Reprodução)

O advogado Rodrigo Tacla Duran vai voltar ao Brasil na próxima sexta-feira, 14, para prestar depoimento ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal. Ex-funcionário da Odebrecht, ele mora na Espanha e já foi ouvido no último dia 27 de forma virtual pela PF e pelo juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal de Curitiba, quando fez acusações contra o ex-juiz Sergio Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol.

Na sua volta ao Brasil, ele recebeu salvo-conduto de Appio. O juiz também determinou que a PF, “quando de sua chegada a São Paulo, deverá garantir a integridade física da testemunha protegida, na medida em que o presente processo e o seu conteúdo envolvem acusações formuladas em face de dois congressistas federais com prerrogativa de foro junto ao Supremo Tribunal Federal”.

O juiz determina também que todas as medidas sejam adotadas junto às autoridades da Espanha para que o seu embarque seja feito de forma segura. Todas as despesas do deslocamento, diz Appio, serão pagas por Tacla Duran ao menos até que o governo federal decida de que forma se dará a sua inclusão no programa de proteção a testemunhas.

Tacla Duran afirma ter depositado 613 mil dólares a um advogado ligado à deputada federal Rosangela Wolff Moro (União Brasil-SP), esposa de Moro, que é senador pelo União Brasil-PR. O objetivo do pagamento seria viabilizar uma delação premiada que teria o aval de Deltan e que, ao não prosseguir com os pagamentos, teria sido preso por Moro.

Em nota, Moro rebateu duramente as acusações de Tacla Duran, a quem chamou de “criminoso confesso e destituído de credibilidade”. Deltan foi na mesma linha: “Não é nada mais que uma história falsa, requentada pela terceira vez sem novidade e que já foi investigada pelo MPF e PGR, que a descartaram totalmente. Isso revela desespero”, postou.

De qualquer forma, a volta à cena de Tacla Duran recolocou os métodos da antiga força-tarefa da Lava Jato em Curitiba de volta ao noticiário. O advogado é acusado de ter atuado para lavar dinheiro de pagamento de propina a políticos e tinha uma ordem de prisão expedida pelo então juiz Sergio Moro em 2017. No último dia 16 de março, o juiz Eduardo Appio revogou a ordem de prisão preventiva.

A decisão ocorreu três dias depois de o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, ter determinado a suspensão de processos abertos contra ele com base em provas apresentadas por delatores da Odebrecht. “O cidadão Tacla Duran tem, a meu ver, o direito de exercer seus direitos de defesa (devido processo legal substantivo) em liberdade, até que sobrevenha eventual condenação (até porque se encontra hoje amparado em recentíssima decisão do Egrégio Supremo Tribunal)”, anotou o juiz.

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